01 de novembro de 2021
Ator e diretor niteroiense estreia nova peça no Rio
Com o avanço da vacinação no Brasil, os aplausos começam a voltar nos teatros do Rio de Janeiro, e tem premiado artista niteroiense já preparado para retornar aos palcos. O ator e diretor Carrique Vieira, que ganhou no ano passado o prêmio de melhor ator no Gralha Internacional Monthly Film Awards em Curitiba, pela sua atuação no curta metragem “Estrelas Despedaçadas”, estará em cartaz, entre os dias 5 e 28 de novembro, no Teatro Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, com a peça “LIVES”, que levará ao público uma reflexão dos valores atuais de liberdade, preconceito, solidão e poder.
Carrique, que é diretor do espetáculo, assina o texto da peça junto com Marília da Matta e irá contracenar com outros nove atores da Cia. Ópera Prima Teatral, grupo de teatro formado em Niterói e do qual ele faz parte há 22 anos. O artista, que já atuou em produções da TV Globo e Record, não disfarça a satisfação em retornar ao teatro com público. “Depois desse período tão difícil em nossas vidas, trocar os likes da internet pelos calor do público é revigorante”, comemora.
“LIVES” narra várias histórias em uma e todas interligadas a partir de um processo de redescoberta: o da funcionalidade da existência. “Após a paralisia coletiva pela qual passamos, nossas mentes e nossos corpos foram aos poucos tomando outras formas e é nessa perspectiva que essas histórias se desenvolvem. O ser humano vive um conflito interno e emocional muito grande, principalmente em meio aos desafios impostos pelo isolamento social decorrente da pandemia da Covid-19”, explica Carrique.
Dentro desse contexto, dois personagens, um trans (Ítalo Garcia) e uma mulher que convive com um marido preconceituoso (Fernanda Abi-Ramia), representam, por exemplo, a ótica machista e homofóbica que ainda imperam em nossa sociedade, valores acirrados pelo radicalismo atual. Desconstruir estereótipos e uma abordagem sobre a necessidade do ser humano em alcançar o reconhecimento a qualquer custo, a vaidade, o egoísmo, a busca pela sanidade, a intolerância, o ódio e o amor, estarão presentes no roteiro. “É uma peça para refletir e pensar em quem somos e qual a sociedade que queremos para nós”, comenta o diretor.
Para ajudar na montagem do espetáculo foi criado um financiamento coletivo pelo site Vaquinha (Ópera Prima Teatral). Para Carrique, todos os movimentos colaborativos são essenciais nesse momento de retomada das atividades culturais que vão trazer trabalho para artistas e técnicos tão afetados pela Covid-19. “No início da pandemia, quase 12 mil profissionais do setor tiveram que parar no Rio e em São Paulo. Tivemos que nos reinventar e, agora, continuamos a buscar caminhos para que a arte nunca pare, gere os empregos para quem vive dela e também emoção para o público”, finaliza.