01 de setembro de 2022
Como fotógrafos, designers e outros profissionais têm atuado no digital?
Atendendo a públicos específicos, com periodicidade regular, as revistas – que surgiram a partir de uma publicação na Alemanha, em 1663 -, ganharam destaque em todo o mundo, e no Brasil não foi diferente: no seu auge, edições semanais brasileiras chegaram a vender mais de um milhão de exemplares. Com a revolução digital, porém, diversos setores da sociedade entraram em crise, o que inclui o mercado editorial.
Dados do IVC (Instituto Verificador de Comunicação) demonstram que as revistas e jornais sentiram o maior impacto na queda de circulação impressa e digital em 2021. De acordo com o relatório, a circulação impressa despencou 28%, a digital caiu 21% e a total retrocedeu 25%.
“Muitos dos grandes títulos mundiais, mesmo nos maiores mercados, já diminuíram o número de edições por ano. A tiragem de revistas e jornais é minúscula comparada ao que era dez anos atrás”, afirma Pedro Arieta, diretor criativo e fotógrafo da 8×10 Magazine, revista de edição limitada focada em fotografia de arte.
Arieta já expôs seus trabalhos em sete estados norte-americanos e foi premiado pela American Photography diversas vezes, como em 2021 e 2022. Para ele, a alteração do mercado, que fez com que revistas e jornais tivessem menos espaço, em detrimento de sites multimídia, impactou o trabalho de fotógrafos e designers gráficos.
“Como na internet tudo pode ser publicado instantaneamente, o tempo de produção de todos conteúdos diminuiu muito. Antes, tínhamos dias para fotografar um editorial de moda, o mesmo para campanhas publicitárias. Tudo é feito e entregue com muito mais pressa e velocidade e, infelizmente, às vezes em detrimento da qualidade do produto final”, afirma.
Arieta destaca que a mudança impulsionada pela internet mudou a dinâmica do trabalho de fotógrafos profissionais. “Ao mesmo tempo que temos menos tempo para os dias de fotografar, também temos menos tempo para pré e pós-produção”.
Diante desses fatores, na análise do diretor criativo e fotógrafo da 8×10 Magazine, o futuro das revistas e de outras publicações impressas será marcada por elementos como periódicos com menos publicidade, mais independentes e sustentadas por assinantes, compradores e colecionadores.
“As revistas devem ser feitas com menores frequências, não mais toda semana ou todo mês. Assim, estas também precisarão abranger assuntos mais relevantes ao invés de focar apenas no momento em si. Em resumo, o futuro da mídia impressa são as publicações de mais qualidade e colecionáveis. O resto será só digital”, prevê Arieta.
Prova disso, prossegue, a revista 8×10 Magazine foi fundada em 2009, em Nova York, nos Estados Unidos, com o objetivo de divulgar novos artistas, principalmente fotografia autoral, e ser uma revista colecionável de edições limitadas e impressas em alta qualidade.
“As páginas da publicação são soltas, impressas de um lado só. Assim, podem ir para a moldura sem precisar destruir uma revista inteira – como um aceno ao velho hábito de cortar revistas e colocar na parede”, conclui.
Para mais informações, basta acessar: http://www.pedroarieta.com/