20 de abril de 2022
Flávia declara amor ao assassino dias antes de morrer
Sete dias antes de ser morta pelo marido, Flavia Souza postou uma declaração para o parceiro no Facebook.
Às 15h32 do dia 11 de abril, ela escreveu na legenda de uma foto dos dois: “Eu te amo e te escolhi para viver”. Às 15h36, Luís Eduardo Coelho comentou a publicação: “Também te amo, surtada”. Flávia mandou risos.
A jovem de 24 anos foi achada morta a facadas na última segunda-feira (18), em Itanhaém pelos policiais em casa. No mesmo local o corpo de um rapaz, 33 anos, foi encontrado enforcado. Com base nas apurações iniciais da polícia trata-se de um crime de feminicídio seguido de suicídio.
A vítima, Flávia Batista de Souza, foi encontrada na sala da casa com ferimentos no braço e no pescoço. Ao lado estava uma faca que, aparentemente, foi a arma usada no crime. O corpo de Eduardo da Silva Coelho, 33 anos, parceiro da vítima, estava próximo a entrada do quarto.
O Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (SAMU)) foi acionado até o bairro Jardim Coronel, local do ocorrido, pela família de Flávia que só conseguiram ver em partes das janelas o casal desacordado. Assim que chegaram no local a equipe de saúde verificou se tratar de um crime a acionou imediatamente a polícia.
O caso está sob investigação no Delegacia de Investigações Gerais – DIG de Itanhaém. A faca e celulares foram apreendidas como parte da investigação.
O Feminicídio no Brasil não para
No Brasil o número de delitos contra as mulheres triplicou. Passou de 271.392 registros para 823.127, entre 2020 e 2021. Essas informações são do Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), tabulados pelo Instituto Santos Dumont (ISD).
No estado de São Paulo as denúncias de casos de feminicídio recebidas pelo Disque Denúncia cresceram 35% em março deste ano, comparando com o mesmo período do ano passado. Em 2022, foram 57 denúncias contra 42 em março de 2021.
No primeiro trimestre de 2022, foram 140 relatos de feminicídio no estado – mais de um por dia.
O feminicídio é o homicídio baseado no gênero, como por exemplo o assassinato de mulheres em violência doméstica.
Segundo Mario Vendrell, do Instituto São Paulo Contra a Violência, responsável pelo Disque Denúncia em parceria com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), pelos canais do Disque Denúncia são recebidas, em geral, queixas sobre feminicídios consumados onde o denunciante informa sobre o paradeiro do suspeito de crime.
