22 de junho de 2022
10 dicas para melhorar a educação emocional na escola
O mundo mudou. Mudaram as relações entre as pessoas, escolas e alunos, empresas e funcionários. Diante de tantas mudanças, nada mais lógico que mudar a forma de resolver conflitos na escola, e para isso é preciso entender a importância de melhorar a educação emocional na escola.
“É uma revolução de pensamento. A escola não pode pensar que nos dias de hoje, nesse novo formato de sociedade, com o avanço da tecnologia e novos tipos de relações, que vai resolver os conflitos, mediar dificuldades emocionais e estruturais das crianças e das famílias da forma que fazia antes. Buscar novos recursos, novas abordagens com metodologias da psicologia, da mediação de conflitos é fundamental.”
O depoimento é de Viviane Truda, mestre em gestão educacional, psicopedagoga e vice-diretora do Colégio Leonardo da Vinci Gama, no Rio Grande do Sul. Viviane conta que a escola confia em profissionais especializados nessa nova metodologia e que isso vem se mostrando fundamental para os bons resultados obtidos.
“A pedagogia não pode ficar fechada nela mesma, tem que buscar outras ciências, como a psicologia contemporânea. Os gestores precisam estar abertos e buscar novas metodologias e ferramentas para esses desafios do mundo atual. É preciso olhar para a comunicação não violenta, para a disciplina positiva (que parte de uma perspectiva não-punitiva, não violenta e não permissiva). É importante também olhar para a mediação de conflitos com soluções que atendam a todos os envolvidos … Esses são recursos baseados no pensamento de grandes autores. Isso só favorece o crescimento da escola”, afirma a gestora.
A educação emocional na escola e os benefícios aos alunos
A escola tem papeis básicos para a sociedade, como levar às crianças e adolescentes conteúdo intelectual e também cuidar da educação emocional, para que eles saibam aplicar os conhecimentos adquiridos respeitando seus sentimentos, tendo empatia com os outros e construindo relacionamentos saudáveis (saber fazer, ser e conviver).
Não é por outro motivo que as habilidades socioemocionais estão presentes hoje nas dez competências gerais que devem estar incluídas em todos os currículos de acordo com a nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Sendo elas:
1.Conhecimento
2.Pensamento científico, crítico e criativo
3.Repertório cultural
4.Comunicação
5.Cultura digital
6.Trabalho e projeto de vida
7.Argumentação
8.Autoconhecimento e autocuidado
9.Empatia e cooperação
10.Responsabilidade e cidadania
Para desenvolver um trabalho de qualidade, é necessário que a equipe pedagógica saiba exatamente o seu papel e o percurso a seguir, de forma coerente com os valores institucionais e com objetivos bem definidos”, diz Viviane Truda.
A importância de tratar cada aluno de forma individual
A psicopedagoga explica que é importante conhecer bem o perfil dos estudantes – e suas vivências anteriores – para que a equipe escolar possa elaborar um bom planejamento de trabalho para implantação da educação emocional na escola.
“Acredito que dependendo da vivência familiar durante o afastamento social provocado pela pandemia, as crianças reagem de uma forma no presencial. Vivemos em tempos pós confinamento, com a retomada da convivência diária no ambiente escolar. Quantas dúvidas, medos, rotinas modificadas e linguagens voltadas para a perda, para a doença e para incertezas a pandemia trouxe.”
Para Viviane, é fundamental que a equipe pedagógica trace junto com toda a comunidade escolar seus objetivos e estratégias para criar um ambiente saudável para a construção de relações saudáveis.
“Escola é um lugar de aprender e ser feliz.”
E que tal algumas dicas para isso?
10 dicas para melhorar a educação emocional na escola
1.Trabalhe em equipe. Todos os profissionais da escola – do porteiro ao diretor – precisam estar conscientes da missão e dos valores da instituição. E para isso, a gestão precisa criar oportunidades de formação a todos os seus funcionários
2.Invista na atualização de seus profissionais, como formação em disciplina positiva, mediação de conflitos e comunicação não violenta.
3.Mantenha aberto um canal de diálogo na comunidade escolar. Espaços de escuta ativa e afetiva amenizam ansiedades, incertezas, medos, principalmente de crianças e adolescentes, oportunizam a expressão de sentimentos e auxiliam na construção e elaboração do pensamento, no desenvolvimento da autonomia e no saber lidar com sentimentos e conflitos.
4.Invista sempre que possível no diálogo presencial e convivência física, mas utilize ferramentas tecnológicas que contribuem para a comunicação e aproximação das pessoas quando bem utilizadas. Por exemplo, aplicativos de comunicação escolar, como as agendas escolares online que tornam a comunicação mais ágil e eficiente entre as famílias e cada setor da escola.
5.Acolha as famílias, que também precisam ser ouvidas e gostam de falar sobre suas ansiedades.
6.Fomente uma boa comunicação entre os profissionais da escola. Um time unido e com objetivos comuns realizam um trabalho mais efetivo.
7.Avalie o andamento dos processos e mensure resultados.
8.Defina metas futuras com conselhos de classe objetivos e qualificados.
9.Estude casos, veja o que acontece dentro da escola e fora dela. Busque bons exemplos e aprenda a não cometer erros cometidos pelos outros.
10.Busque uma boa consultoria externa para atualizar seu trabalho. Estar atualizado é a chave para uma gestão de sucesso.