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Jornal Acontece

21 de julho de 2025

Ceratocone se espalha e já é considerada nova epidemia ocular no Brasil

 | Jornal Acontece

Doença é a principal causa de transplante de córnea e impulsionou crescimento de 273% nas cirurgias em 10 anos

O ceratocone, doença que afina, enfraquece e deforma a córnea, tem avançado de forma alarmante no Brasil e já é considerada uma nova epidemia. De 2015 a 2025, o número de brasileiros que chegou a estágios críticos da doença cresceu de forma desproporcional em relação ao aumento populacional, provocando uma alta de 276% na busca por transplantes de córnea, segundo levantamento do Instituto Penido Burnier com base em dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

 

Entre janeiro e março de 2015, o Brasil contabilizava 13.079 pessoas entre operadas e na fila por um transplante. Em 2025, no mesmo período, o número saltou para 35.651 pacientes, sendo 3.959 operados e mais de 31 mil aguardando cirurgia.

 

O avanço é mais evidente no estado de São Paulo, que responde por 35% de todos os transplantes realizados no país. Só nos quatro primeiros meses de 2025, o número de diagnósticos saltou de 160 para 542 novos casos, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde.

 

Por que o ceratocone está avançando?

Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier, fatores ambientais estão entre os principais causadores do aumento. “O aquecimento global e a poluição contribuem para o aumento das alergias, e isso faz com que mais pessoas desenvolvam o hábito de coçar os olhos — principal fator de risco para o ceratocone”, explica.

 

A doença costuma surgir na puberdade, mas também pode aparecer na fase adulta. Além do componente genético, há fatores como:

  • Predisposição a alergias (asma, rinite, urticária);

  • Síndrome de Down (associada ao ato de esfregar os olhos);

  • Olho seco severo.

 

Sintomas mais comuns

No início, o ceratocone pode ser confundido com astigmatismo. Mas à medida que progride, os sintomas incluem:

  • Visão embaçada e distorcida;

  • Troca frequente de óculos;

  • Miopia progressiva e fotofobia;

  • Dificuldade para dirigir à noite e adaptação às lentes;

  • Halos ao redor das luzes e visão dupla.

O diagnóstico é feito por meio da tomografia da córnea, que analisa suas camadas e detecta alterações precoces.

 

Como tratar?

Nos estágios iniciais, o tratamento inclui colírios e uso de óculos. Com a progressão, passam a ser indicadas lentes de contato rígidas, que ajudam a melhorar a qualidade da visão ao aplainar o cone.

Entre as principais opções de tratamento estão:

 

Crosslink

Procedimento ambulatorial que usa luz ultravioleta e riboflavina (vitamina B2) para fortalecer a córnea, interrompendo a progressão da doença. É contraindicado para pacientes com glaucoma ou córnea muito fina.

 

Anel Intraestromal

Implantado entre as camadas da córnea, ajuda a melhorar a curvatura e facilitar o uso de lentes.

 

Lente escleral

Apoiada na esclera (parte branca dos olhos), é indicada para ceratocone avançado e oferece mais conforto do que as lentes rígidas comuns.

Segundo Queiroz Neto, quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de evitar o transplante. Em crianças, o ceratocone tende a ser mais agressivo, mas também responde melhor aos tratamentos.

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