A pré-adolescência, dos 11 aos 13 anos, é uma fase marcada por mudanças físicas e emocionais intensas: o corpo cresce rapidamente, surgem a menstruação nas meninas, as primeiras ejaculações nos meninos, a voz muda, os pelos aparecem e os hormônios influenciam diretamente no humor e nas emoções. É também o momento em que a amizade, a afetividade e os primeiros interesses amorosos ganham importância.
Muita gente confunde sexo com sexualidade, mas não são a mesma coisa.
• Sexo está ligado ao ato sexual.
• Sexualidade é muito mais ampla: envolve o cuidado com o corpo, a forma como nos relacionamos, como recebemos amor, como nos enxergamos e como nos comparamos com os outros.
Falar de sexualidade não é estimular a vida sexual precoce, e sim ensinar sobre respeito, autocuidado e autoconhecimento. É conversar sobre as mudanças naturais do corpo, higiene, autoestima, limites, sentimentos e convivência.
Quando a família silencia sobre o assunto, os jovens não deixam de buscar respostas. Eles recorrem aos amigos, às redes sociais e muitas vezes encontram informações distorcidas ou falsas. Por isso, o papel dos pais e responsáveis é essencial: oferecer diálogo aberto, acolhimento e confiança, desde cedo, de forma natural e constante.
A escola também é aliada nesse processo, podendo promover rodas de conversa, projetos e reflexões sobre o impacto da mídia e das redes sociais na autoestima e na formação da identidade.
Educação sexual, portanto, não é sobre antecipar experiências. É sobre preparar meninos e meninas para crescerem conscientes, responsáveis e respeitosos consigo mesmos e com o outro. É investir em cuidado, proteção e afeto, fortalecendo os vínculos familiares e preparando-os para escolhas mais seguras e saudáveis no futuro.
Voltando ao sexo e sexualidade:
O problema é que, quando os pais ouvem a palavra “sexo”, muitos já imaginam que vamos “estimular” seus filhos a iniciar a vida sexual. E aí acabam banindo o assunto. Mas educação sexual não é sobre isso. Na verdade, é uma conversa que pode (e deve) ser construída desde cedo, de maneira leve e natural, acompanhando cada fase da vida.
Um exemplo bem comum: quando uma menina menstrua pela primeira vez, é tudo muito novo são hormônios, mudanças no corpo e muitas dúvidas. Se ela já ouviu falar sobre isso antes, se já foi preparada e acolhida, essa experiência se torna muito mais tranquila.
Quantas de nós, não tivemos esta informação? E ainda depois de mais velhas, já sendo mães estamos aprendendo…
Hoje, com as redes sociais, a comparação é constante: corpo, peito, quadril, voz, pelos… tudo vira motivo de insegurança. Por isso, é fundamental mostrar para eles que cada corpo é único, que está tudo bem ter formas diferentes, que ninguém é igual a ninguém nem mesmo irmãos gêmeos!
Na prática, conversar sobre sexualidade é falar sobre:
• Mudanças do corpo (menstruação, voz que muda, pelos que aparecem);
• Higiene e autocuidado (e deixar claro que depilar, por exemplo, é uma escolha e não uma obrigação);
• Autoestima e amor-próprio (se hidratar, beber água, cuidar da pele, se respeitar).
Ou seja: falar de sexualidade é falar de vida, de cuidado, de respeito, de como recebemos e damos amor. Já o ato sexual é só uma parte dentro de todo esse universo e não precisa ser o foco principal quando falamos de educação sexual.
Respeito e responsabilidade também são para os meninos
A gente precisa lembrar que os meninos também têm responsabilidades. A partir da adolescência, quando eles começam a perceber suas próprias mudanças, também começam a notar as mudanças das meninas. E isso precisa ser falado: respeitar os colegas é fundamental.
E é aí que entra o papel da família. Quando os pais deixam de conversar, os filhos não ficam sem curiosidade eles buscam respostas em outro lugar: amigos que também não sabem, redes sociais, ou até informações falsas (as famosas fake news). Por isso, o diálogo é tão importante.
Educar é estruturar o ser humano de forma leve e consciente. É dar a ele ferramentas para lidar com a própria vida e respeitar a vida do outro. E eu estou aqui justamente para ajudar a mostrar que essa conversa pode ser simples, natural e transformadora.
Contem comigo!