08 de outubro de 2025
Cama compartilhada: afeto, limites e respeito

A cama compartilhada é um tema delicado e que desperta muitas opiniões. Ela pode representar afeto, aconchego e vínculo, mas também pode oferecer riscos físicos e emocionais quando não é feita de forma segura e consciente.
Sim, a cama compartilhada pode ser perigosa, especialmente quando há fumantes ou pessoas que ingeriram bebida alcoólica. Nesses casos, o risco de sufocamento e acidentes é real.
Além disso, crianças pequenas não devem dormir entre os adultos nem cobertas, pois o calor e o peso podem colocar suas vidas em perigo. (É indicado agasalhar a criança ao dormir, assim ela não precisa de coberta e correr o risco).
Mas há outro ponto que precisa ser falado e preocupante; sexo e cama compartilhada.
Muitos pais mantêm relações sexuais com os filhos dormindo no mesmo quarto ou até na mesma cama e isso, por muito tempo, foi normalizado.
Mas é preciso rever e entender o risco desta atitude desumana.
Quando uma criança acorda, assustada, presenciando um ato sexual, ela está sendo sexualizada precocemente. Nem sempre ela sinaliza que acordou, e viu. Nós não temos o controle disso, certo? Esse tipo de exposição pode gerar traumas profundos, medo, confusão e até aumentar a vulnerabilidade a abusos futuros ou à reprodução desse comportamento no futuro.
Por isso, filhos não devem dormir no mesmo quarto ou na mesma cama onde os pais trocam intimidade.
Isso é um crime e deixa a criança vulnerável, tanto para sofrer abusos quanto para se tornar parte de situações que não consegue denunciar. Não temos como garantir que nossos filhos não acordem ou escutem, então jamais devemos expô-los a essa situação.
É fundamental respeitar o espaço e a inocência das crianças.
Se o lar é pequeno, busque alternativas: o banheiro, outro cômodo, ou espere um momento oportuno.
Mas nunca cometa esse erro, como dito, pode marcar uma vida inteira.
Eu já ouvi relatos de alunos chorando, dizendo que acordaram achando que o pai estava machucando a mãe. Situações assim deixam marcas que o tempo demora a apagar ou até mesmo nunca apaga.
A cama deve ser um lugar de descanso, segurança e amor não de confusão emocional.
Por isso, converse com seu parceiro, estabeleça limites, e cuide da saúde emocional da sua família.
O amor verdadeiro também se expressa no respeito.
E na dúvida, pense com empatia, se eu fosse está criança nesta situação? Lembre-se da sua infância e de momentos que você foi exposto a situações ás quais não deveriam e façam vocês está diferença.
Não mudamos o passado, o futuro sim! 💛
O que a lei diz?
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990), é dever de todos proteger a integridade física e emocional das crianças.
Expor uma criança à presença de um ato sexual configura violência sexual e psicológica, prevista no art. 17 do ECA e art. 218-B do Código Penal.