Quando ouvimos a palavra masturbação, logo pensamos em sexo. Mas esse ato, especialmente na infância, pode estar relacionado a muitos outros fatores.
Quando o assunto envolve nossas partes íntimas, quase sempre há vergonha, silêncio ou repreensão. E aqui surge uma reflexão: por que fomos ensinados a reagir assim?
Pense comigo você usa sua vulva ou seu pênis mais para o sexo ou para fazer suas necessidades fisiológicas, como urinar e evacuar?
Ou seja, desde cedo, criamos um tabu que gera medo e desinformação.
A criança, desde que nasce, descobre o mundo através do corpo.
Quando bebê, leva objetos à boca, às mãos e aos pés. Com o desfralde, passa a ter mais acesso ao próprio corpo e começa a conhecer suas partes íntimas.
Esse é o momento em que a educação sexual deve acontecer: com orientação, não com bronca.
Em vez de brigar ou repreender, é importante ensinar que as partes íntimas são privadas, devem ser cuidadas e que ninguém pode tocá-las sem consentimento.
Quando a criança cresce e começa a fazer perguntas sobre o próprio corpo, não devemos punir por exemplo, os meninos quando têm uma ereção.
Explique com naturalidade: “Está passando mais sangue por ali, e logo tudo volta ao normal.”
Punir machuca, gera culpa e pode causar danos psicológicos, além de dificultar a confiança da criança para contar sobre possíveis abusos.
Quando o toque é preocupante?
O toque pode ser sinal de atenção quando:
•acontece com muita frequência;
•causa ferimentos;
•substitui o interesse em brincar;
•ocorre em qualquer ambiente, sem noção de privacidade.
Nesses casos, o ideal é observar, acolher e buscar ajuda profissional.
O que pode causar um toque não saudável?
A masturbação infantil, quando não está ligada à curiosidade ou ao autoconhecimento, pode ser um sintoma de algo mais sério, como:
•ansiedade;
•abuso sexual;
•erotização precoce;
•exposição a cenas de sexo (por ver ou ouvir familiares);
•acesso à pornografia.
Vivemos em um tempo em que o acesso à internet é quase ilimitado e muitas crianças usam celulares sem supervisão.
As chances de contato com conteúdos inadequados são altíssimas e mesmo que pareça improvável, todas as crianças estão expostas de alguma forma, seja em casa, na escola ou através de colegas.
Por isso, a informação é o caminho mais seguro.
E se meu filho estiver se tocando?
Antes de tudo, não puna.
Procure entender o que está acontecendo, observe o comportamento e, se necessário, busque apoio psicológico.
E se no passado você não soube lidar com o tema, não se culpe.
A partir de agora, o importante é se comprometer a buscar conhecimento e evoluir junto com seu filho.
Toda quarta-feira estou aqui trazendo reflexões e informações sobre temas que ainda são tabu, mas que precisam ser falados com amor, cuidado e responsabilidade. 💬
Esse texto é apenas 1% de tudo o que ainda precisamos conversar sobre o assunto.
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