24 de outubro de 2025
MP pede prisão de deputado Lucas Bove por descumprir medidas protetivas de Cíntia Chagas
Parlamentar nega agressões e diz que acusações são distorcidas
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou o deputado estadual Lucas Diez Bove (PL) por perseguição, violência psicológica, física e ameaça contra a ex-esposa, a influenciadora Cíntia Chagas. A promotoria também pediu à Justiça a prisão preventiva do parlamentar, alegando descumprimento reiterado de medidas protetivas impostas desde 2024.
A denúncia foi apresentada nesta quinta-feira (23) pela promotora Fernanda Raspantini Pellegrino, que aponta que o deputado teria ignorado decisões judiciais e mantido condutas que expuseram Cíntia a desgaste emocional e revitimização, inclusive por meio de publicações nas redes sociais.
Histórico do caso
Em setembro de 2024, Cíntia Chagas — que tem mais de 7,6 milhões de seguidores — denunciou o então marido à Polícia Civil, relatando abusos físicos e psicológicos durante o relacionamento de mais de dois anos. Segundo o depoimento, o deputado apresentava comportamento controlador e episódios de agressão verbal e física, incluindo uma ocasião em que teria arremessado uma faca em direção à influenciadora.
O casal se separou em agosto de 2024. Após a denúncia, a 3ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) instaurou inquérito e solicitou medidas protetivas, concedidas pela Justiça. O inquérito foi concluído em setembro de 2025 e encaminhado ao Judiciário.
Apesar disso, o MP aponta que Bove teria descumprido as restrições, demonstrando “desprezo pelas medidas protetivas” e exigindo uma resposta mais rigorosa para garantir a segurança da vítima.
A promotoria também incluiu o crime de lesão corporal entre as acusações, após reavaliar o depoimento da influenciadora, ampliando o escopo da denúncia.
Manifestação de Cíntia Chagas
Nas redes sociais, Cíntia afirmou receber a decisão com “serenidade e inabalável confiança na Justiça”.
“A violência contra a mulher não se circunscreve à esfera privada: constitui crime e afronta à dignidade humana”, escreveu.
A influenciadora ainda fez um apelo:
“Para quem duvidou: lesão corporal. Hoje, durmo aliviada. Sigo acreditando na Justiça.”
Versão do deputado Lucas Bove
Em nota divulgada pela assessoria e em declarações nas redes sociais, o deputado nega todas as acusações. Ele afirma que “jamais encostaria a mão para agredir uma mulher” e que as denúncias distorcem a verdade.
“Não toquei nela. Jamais esperava isso de quem tanto amei e cuidei. Para começar, eu jamais encostaria a mão para agredir uma mulher”, declarou o parlamentar.
A defesa do deputado argumenta que o processo corre em segredo de Justiça, o que o impede de se manifestar publicamente com detalhes, e acusa a influenciadora de divulgar informações sigilosas.
“Estou de mãos atadas, de boca amordaçada. Há muita desinformação sendo divulgada”, escreveu Bove em uma das publicações.
De acordo com nota enviada à imprensa, os advogados do parlamentar afirmam que não há provas de agressão física e que as investigações iniciais da Polícia Civil concluíram pela inexistência de lesão corporal.
A defesa também pede que o caso seja tratado com “responsabilidade e equilíbrio”, ressaltando que o deputado “está à disposição da Justiça e confia plenamente em sua inocência”.
Situação atual
O pedido de prisão preventiva de Lucas Bove ainda será analisado pelo Poder Judiciário paulista.
O processo tramita em sigilo.