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14 de setembro de 2022

Em reabilitação psicossocial, pacientes viram artesãos e empreendedores

 | Jornal Acontece
As mãos de Dagmar de Souza e João Carlos Silva são responsáveis por mudar suas vidas. Ambos confeccionam peças artesanais que, além de integrarem um circuito de feiras realizado em Santos, causam orgulho e os integram à sociedade.
 
 
Desenvolvido desde 1990 na Cidade, o trabalho terapêutico é fruto de uma parceria entre a Oficina Mentes Criativas da Serp (Seção de Reabilitação Psicossocial) e os Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A oficina, que hoje conta com 50 pacientes, visa auxiliar pessoas com transtornos psíquicos e fortalecer a autonomia, desenvolvendo a inclusão social por meio de oficinas de geração de renda.
 
 
Com apoio diário de uma equipe técnica dos Caps, o grupo participa de aulas de bijuteria, costura, encadernação, fuxico, crochê e bordado. E desse trabalho nascem produtos como agendas, cadernos, canetas decoradas, panos de prato, pesos de porta, arcos de cabelo, colares e até bolsas. 
 
 
Peças que, posteriormente, são comercializadas nos bazares promovidos nos Caps, com preços que variam entre R$ 3 e R$ 45. O dinheiro arrecadado das vendas é destinado à compra de materiais para confecção de novos produtos. 
 
 
 

ORGULHO

 
Dagmar, de 58 anos, mora na Areia Branca e é atendida pelo Caps há pouco mais de dois anos. Ela, que aprendeu bordado ainda durante a infância, disse que se identificou rapidamente com a oficina de artesanato. 
 
 
“Quando cheguei à Serp, havia poucas opções de produtos. Comecei a me envolver cada vez mais nos trabalhos e sugeri a fabricação de outras peças, como canetas e arcos. Hoje, inclusive, ajudo outros amigos nessa produção”, ressaltou Dagmar, com sorriso no rosto e orgulhosa por ser uma espécie de professora na unidade.
 
 
“Criar produtos diferentes é muito legal. E sempre penso em peças que tenham facilidade de venda, até para termos um retorno rápido”, completou a empreendedora, que expôs suas criações nesta terça-feira (13), no Caps Entre Mentes, na Zona Noroeste.
 
 
João Carlos, 30, também fala com orgulho sobre a produção de suas peças. Responsável por confeccionar agendas, blocos e cadernos, o morador do Marapé consegue produzir de dois a três produtos por dia. “Gosto bastante de criar esses materiais. Corto os tecidos da capa, coloco as folhas e também o espiral. Participo de todo o processo de criação”, ressaltou o artesão, participante da oficina há quatro anos.
 
 
“Fico feliz por criar tantos produtos, é algo maravilhoso. Adoro tanto que não falto a uma aula”, completou João, que participa das oficinas às segundas e sextas-feiras.
 
 

SERVIÇO

 
O circuito de feiras de artesanato da Serp prossegue durante as próximas semanas. Na sexta-feira (16/9), das 9h30 às 15h, os produtos serão comercializados no Caps-Praia (Avenida Coronel Joaquim Montenegro, 129, Aparecida). No dia 19/9 os materiais estarão no bar do Caps-Orquidário (Avenida Francisco Glicério, 661, Gonzaga).
Já em outubro, no dia 7, o público poderá comprar as peças no Caps-TamoJunto (Avenida Pinheiro Machado, 769, Campo Grande), enquanto o Caps Tô Ligado (Rua Campos Mello, 298, Encruzilhada) promoverá o bazar no dia 14/10.
 
 
 
 
 
 
Foto:Nathalia Filipe
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