22 de setembro de 2022
Prefeito ignora apelo de vereadores e não negocia salários com servidor
Na foto, presidente do Sindest, Fábio Pimentel, em discurso na câmara na terça-feira
Mesmo diante do apelo de cinco vereadores, inclusive de seu líder na câmara, o prefeito de Santos, Rogério Pereira (PSDB), não chamou o Sindest para negociar a campanha salarial do funcionalismo.
Sindest é o sindicato dos 12 mil servidores estatutários e 6 mil aposentados, que reivindica reajuste de perdas salariais superiores a 10%. Sua diretoria esteve no legislativo na terça-feira (20).
Na abertura da sessão ordinária, a mesa diretora concedeu a palavra ao presidente da entidade, Fábio Pimentel, que foi breve e conciso em sete minutos. Ele e outros diretores voltarão à sessão desta quinta-feira (22).
Líder do governo
Após o discurso do sindicalista, em que reclamou da intransigência do executivo, o líder do prefeito, Rui De Rosis (União), disse dever uma satisfação ao funcionalismo.
“Quando fizemos o acordo com a oposição (em março), ficou acertada uma reposição salarial agora em setembro. E não apenas reajuste na cesta-básica e no vale-refeição”, disse o parlamentar.
Aplaudido pelos manifestantes, De Rosis finalizou: “Espero que o governo, com quem conversarei, de preferência com o prefeito, faça isso o mais rápido possível, conforme a nossa palavra”.
Apelo e vergonha
Antes dele, o vereador Benedito Furtado (PSB), da base de apoio ao governo, usou a palavra “apelo” ao prefeito e às secretarias de finanças e gestão para que ofereçam a recomposição dos salários.
O parlamentar usou também a expressão “vergonha” para se referir ao reajuste proposto de 20% no vale-refeição e na cesta-básica. “Era melhor não oferecer nada. Tínhamos expectativa diferenciada”.
Furtado ponderou que “a economia da cidade se recompôs”, disse que “as finanças estão equilibradas” e que a prefeitura “não pode esquecer daqueles que servem à sociedade”.
De cima para baixo
A vereadora Débora Camilo (PSol) também reclamou da postura da prefeitura: “Há um acordo com esta casa sobre os valores devidos à categoria. Não dá para mais uma vez (a decisão) vir de cima para baixo”.
“O executivo tem que conversar com os servidores e com o legislativo. Não se pode fingir que está tudo bem com os trabalhadores, que tiveram papel fundamental no combate à pandemia”.
O vereador Adriano Piemonte (União), por sua vez, solicitou “especial atenção do executivo à proposta do sindicato”, lembrando do acordo com o legislativo, “conforme reconhece o próprio líder do governo”.
Dor e sofrimento
Também o vereador Paulo Miyasiro (Republicano) falou sobre o acordo e apresentou requerimento solicitando informações da prefeitura sobre a campanha salarial.
Em seu discurso, o presidente do Sindest falou sobre “fatos doídos e de sofrimento. Sem correção salarial por três anos, enfrentamos a pandemia com afastamento social, contágios e mortes”.
“Na época de negociar os salários carcomidos durante esse tempo”, disse Fábio, “a administração mostrou-se endurecida e não concordou em repor as perdas devidas”.
Dia 29, assembleia
O sindicalista salientou a aprovação, pela câmara, da negociação para correção agora em setembro. E destacou a promessa da prefeitura de negociar diante da estabilidade financeira do município.
Fábio lembrou que, além de requerer interferência do legislativo, também aguarda convocação de mesa-redonda com a prefeitura, no escritório local do ministério da economia (antiga DRT).
No dia 29, haverá nova assembleia, às 18h30, no Sintrasaúde, na avenida Ana Costa, 70, para, segundo Fábio, a categoria decidir o rumo do movimento. Ele pede participação nos protestos e na assembleia.