08 de dezembro de 2022
PROFISSÃO COMO PROPÓSITO DE VIDA
Iniciando a carreira aos 13 anos, BJ transformou a profissão em um mergulho na cultura afro
Enquanto trabalhava como ajudante em uma barbearia, há 30 anos, o cubatense Jeferson Lima descobriu que a profissão de barbeiro era seu propósito de vida.
Inspirado em barbeiros que eram ícones nos anos 70 e 80, como Japão Cabeleireiro, e através do conhecimento sobre a cultura negra, o hip hop e o apoio transmitido por sua família, BJ dedicou –se a sua carreira e hoje além de empreendedor, recebe convites para compartilhar sua história e conhecimento, tornando-se também instrutor de crianças e jovens em projetos como Semente da Palafita, na Zona Noroeste em Santos e Unidos do Fundão, na Vila dos Pescadores em Cubatão.
‘’Como a gente começou do zero? Isso causa espanto, as pessoas se questionam como me mantenho há 30 anos. E alguns desses convites são para isso, explicar minha história como empreendedor negro e periférico. E isso me enche de orgulho.’’
O barbeiro e conselheiro racial e cultural, voluntariou-se nos cuidados com a praça Nossa Senhora de Fátima, localizada em Cubatão, aceitando o convite para ajudar a transformar esse espaço. E é dessa forma que nasce a feira de artesanato, projeto que integra e expõe a cultura da região, através de cortes de cabelo artístico, tranças, e outros produtos e serviços expostos diariamente ao público.
Há também na praça um mini salão direcionado as pessoas em situação de vulnerabilidade que precisam de atendimento ou a quem se interessar em aprender as técnicas.
“A gente observa que o nosso trabalho é em conjunto e vem da periferia. E isso vai além da higiene. Eu tenho um carinho muito grande por essa praça, por que as pessoas se acostumaram a ver sujeira e agora quando elas passam por ali podem ver beleza e o ser humano sendo cuidado. É uma mistura de tudo, vai do corte de cabelo as roupas, e as arte nas paredes”, comenta BJ.
Jeferson é um dos responsáveis pelo Instituto Afro Cuidando de Vidas e o plano do empreendedor é cada vez mais ajudar na formação profissionais e integrá-los, de maneira que entendam desde cedo, a importância do seu trabalho, reconheçam e orgulhem-se da sua cultura.