29 de agosto de 2023
Festival Santista de teatro [FESTA] atinge sua 65ª edição
Abertura será dia 1º de setembro, no Teatro Sesc Santos, às 20h, com o espetáculo convidado “Cordel Do Amor Sem Fim – Ou A Flor do Chico”, do grupo teatral Os Geraldos, de Campinas (SP), com direção de Gabriel Vilela.
Entre os dias 1 e 7 de setembro a cidade de Santos (SP) recebe o 65º Festival Santista de Teatro [FESTA65], mais antigo festival de artes cênicas em atividade no Brasil.
Realização do Movimento Teatral da Baixada Santista, em parceria com o Sesc Santos e a Secretaria Municipal de Cultura – Prefeitura de Santos, o evento, gratuito, ocupará salas de teatro, espaços alternativos e ruas da cidade com obras de variados gêneros e formatos, para o público adulto e infanto-juvenil. A programação conta ainda com workshop, lançamento de livro, ensaio aberto e outras atrações.
O tema desta edição é “65 Anos de FESTA – Das Lutas de Pagu Até O Fomento Ao Teatro” e propõe um olhar sobre as novas possibilidades abertas para os coletivos teatrais, especialmente aqueles com pesquisa continuada, como a aprovação da Lei Sérgio Mamberti de Fomento ao Teatro para a Cidade de Santos. Além disso, reafirma sua história de pioneirismo e vanguarda, na figura de sua criadora, a escritora, ativista política e jornalista Patrícia Galvão, a Pagu (1910-1962).
Abertura
O espetáculo convidado para a abertura do [FESTA65] é “Cordel Do Amor Sem Fim – Ou A Flor do Chico”, do grupo campineiro Os Geraldos, com dramaturgia de Claudia Barral e direção de Gabriel Vilela, um dos mais premiados e reconhecidos diretores da cena teatral brasileira. A sessão acontece no dia 1º de setembro, sexta-feira, às 20h, no Teatro Sesc Santos (R. Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida), com entrada gratuita.
Em circulação nacional, a montagem já foi assistida por mais de 7 mil pessoas, incluindo apresentações no Festival de Curitiba, no Festival Cena Contemporânea (Brasília-DF) e no Tiradentes em Cena (MG), entre outros circuitos.
Mostras Oficiais
A escolha dos nove espetáculos que compõem a Mostra Regional do [FESTA65] se deu por meio de curadoria coletiva, com participação de representantes dos 37 trabalhos inscritos. São eles: “Jantar Com Daddy”, de André Leahun (Santos), “Eu-Fêmea: Matiz Sob Silêncio E Vertigem”, da Incena Brasil (Cubatão), “Contr’A’taque”, da Equipe Plataforma (São Vicente), “La Monstrua”, de Danielle Lima (Guarujá), “EntrƎ”, da Cia PlástikOnírica (Santos), “Democraceria LTDA”, da Trupe Olho da Rua (Santos), “As Fuás”, da Bordallo Produções (Santos), “Terceiro Sinal”, da Casa3 (Guarujá) e “O Baú de Candoca”, do Teatro Experimental de Pesquisa – TEP (Santos).
Já a Mostra Estadual terá três espetáculos: “Circo Fubanguinho”, da Trupe Lona Preta (São Paulo-SP), “Do Outro Lado do Muro”, da Espontânea Cultural e Grupo Xingó (São Paulo-SP); e “O Vestido da Rainha”, da Cia. Bambolina (Paraguaçu Paulista-SP).
Programação paralela
A programação paralela do [FESTA65] reúne as seguintes atrações: lançamento do livro Parlapatões no Ato, de Cuca Nakasone; intervenções de dança e artes urbanas do grupo Baixada Hip-Hop; workshop de canto com o ator, cantor e preparador vocal Marcelo Boffat; feira de gastronomia e artesanato do Coletivo Afrotu; e as festas “A Praça É Nossa” e “Baixada Vermelha”.
O [FESTA65] é dedicado à memória de Lizette Negreiros, Samara Faustino, Zé Celso Martinez Correia, Alexandre Maradei, Vall Carthom e Tanah Corrêa.
PROGRAMAÇÃO
1 DE SETEMBRO | SEXTA-FEIRA
12h30 | Praça Mauá (Centro)
Trupe Lona Preta – O CIRCO FUBANGUINHO
Mostra Estadual
Espetáculo inspirado nas charangas, farsas e bufonarias. As músicas pontuam e costuram o enredo. Nele, dois palhaços, demitidos e expulsos do picadeiro, tentam se inserir a qualquer custo.
Direção: Sergio Carozzi e Joel Carozzi.
20h | Teatro Sesc Santos (R. Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida)
Os Geraldos – CORDEL DO AMOR SEM FIM – OU A FLOR DO CHICO| Abertura Oficial
Às margens do Rio São Francisco, vivem três irmãs. Às vésperas de seu noivado, a mais nova das moças se apaixona por um estrangeiro e se põe a esperar por seu retorno durante tempo indeterminável. A inércia da espera, o ciúme e a pulsação da esperança
tecem o principal enredo da história. Dramaturgia: Claudia Barral. Direção: Gabriel Vilela. Duração: 60 min. Classificação etária: 14 anos
2 DE SETEMBRO | SÁBADO
19h | Teatro de Arena Rosinha Mastrângelo
(Av. Pinheiro Machado, 48 – Vila Mathias)
Espontânea Cultural e Grupo Xingó – DO OUTRO LADO DO MURO | Mostra Estadual
Orientado pela dramaturga e historiadora Tereza Freire, espetáculo conta a vida de Patrícia Galvão, mãe, militante política, escritora, menina irreverente que se transformou em mulher guerreira e hoje é considerada uma das precursoras do movimento feminista no Brasil. Duração: 70 min. Classificação etária: 14 anos
21h | Teatro Guarany
(Praça dos Andradas, 100- Centro)
André Leahun – JANTAR COM DADDY | Mostra Regional
Conta a história de um homem gay maduro, na faixa dos 50 anos, que decide retomar sua vida social após ficar viúvo. A nova fase rende aventuras em aplicativos de namoro, boates, bares e saunas, até que uma delas resulta em um convidado para um jantar. Direção: Platão Capurro Filho. Duração: 55 min. Classificação etária: 14 anos
22h | Okearô | Rua Itororó x Rua General Câmara – Centro).
Festa A PRAÇA É NOSSA + Noitada – Baixada Hip Hop | Mostra Paralela
Festa de rua voltada para o público LGBTQIA+, organizada por coletivos do teatro caiçara desde 2016, ocupando espaços públicos para celebrar e promover encontros democráticos e acessíveis. Nesta edição, o grupo Baixada Hip Hop e o coletivo House of DDD se juntam para intervenções como canto, dança e dublagem, com direção de Henrich dos Santos.
3 DE SETEMBRO | DOMINGO
18h | Teatro Municipal Brás Cubas
(Av. Pinheiro Machado, 48 – Foyer – Vila Mathias)
Lançamento de Livro | Mostra Paralela
PARLAPATÕES NO ATO reúne momentos da trajetória do grupo Parlapatões por meio de imagens de espetáculos, figurinos e do Espaço Parlapatões, que caracterizam sua atuação: arte sem fronteiras entre o palco e a rua, no coração de SP. Textos: Aimar Labaki, Hugo Possolo, Carlos Rahal e Cuca Nakasone. Organização: Cuca Nakasone. Editora Sesc
20h | Teatro Municipal Brás Cubas
(Av. Pinheiro Machado, 48 – Vila Mathias)
Cia. Bambolina – O VESTIDO DA RAINHA | Mostra Estadual
Época da monarquia no Brasil. Athos, Porthos e Aramis são modistas afeminados que vivem um período de decadência, por não conseguirem trabalhos, já que exercem funções femininas para a época. Tudo muda quando são contratados pela Rainha Bernardete III para produzir um vestido. Texto e Direção: Danilo Salomão. Duração: 55 min. Classificação etária: 12 anos4 DE SETEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
20h | Teatro de Arena Rosinha Mastrângelo (Av. Pinheiro Machado, 48 – Vila Mathias)
Incena Brasil – EU-FÊMEA: MATRIZ SOB SILÊNCIO E VERTIGEM | Mostra Regional
Manifesto poético sobre o universo feminino e um posicionamento contra o abuso, intolerância e o preconceito, que compreende a estigma de gênero aplicado a mulher frente uma sociedade patriarcal, através do histórico das opressões sofridas pelo gênero feminino, do etiquetamento imposto à mulher, o preconceito e vezes feminicídio. Duração: 60 min. Classificação etária: 14 anos. Com intérprete de libras.
5 DE SETEMBRO | TERÇA-FEIRA
17h | Teatro Guarany (Praça dos Andradas, 100- Centro)
Workshop de Canto – MARCELLO BOFFAT
Mostra Paralela
Marcello Boffat é fundador do Projeto Voz Para Quem Precisa, destinado à pesquisa e pedagogia dos estudos vocais. É filósofo, ator, cantor, professor de canto e preparador vocal. Construiu uma abordagem peculiar para a preparação pedagógica de artistas, visando a melhoria da performance musical/cênica unindo seus talentos como performer, à pesquisa incessante da voz. Público-alvo: estudantes de teatro, atores, atrizes, cantores, cantoras, público em geral. Classificação Etária: 16 anos. Vagas: 30.
21h | Teatro Guarany (Praça dos Andradas, 100- Centro)
Equipe Plataforma – CONTR”A”TAQUE | Mostra Regional
O espetáculo é uma proposta de desconstrução da poesia “O Navio Negreiro”, de Castro Alves. As personagens impulsionadoras apontam violações das quais a população negra ainda enfrenta, e rompe o ciclo vicioso narrativo questionando o pensamento colonial. Nos levam a refletir sobre privilégios, romantização e reprodução das variadas formas de violências, bem como o pacto narcísico da branquitude. Uma cena antagônica, pois ao mesmo tempo revolta e emociona. Duração: 50 min Classificação Etária: 14 anos.
6 DE SETEMBRO | QUARTA-FEIRA
19h30 | Teatro Municipal Brás Cubas
(Av. Pinheiro Machado, 48 – Vila Mathias)
Mostra Paralela
Baixada Hip Hop – EM TRÊS ATOS
(Danças e Artes Urbanas) | Mostra Paralela
O coletivo Baixada Hip Hop, traz junto de
pluralidades de vivências, um espetáculo diverso,
gerando oportunidade nichos de expressões artísticas
que não costumam ter acesso a esse espaço também
se apresentarem.
21h | Teatro Guarany (Praça dos Andradas, 100- Centro)
Danielle Lima – LA MONSTRUA | Mostra Regional
Segunda parte da trilogia criada pela artista cênica e visual Danielle Lima. O espetáculo pesquisa o corpo abjeto da mulher gorda, partindo de vivências de transtornos alimentares e de imagem, relacionando com o “mito da beleza” e os padrões estéticos atuais, passando pela sexualidade e relações familiares traumáticas. Usando seu corpo como uma ferramenta, a atriz- desestabiliza e potencializa outros corpos e olhares, além de criticar a imposição de padrões de beleza. Duração: 60 min Classificação Etária: 18 anos. Plateia: 40 pessoas (limitada)
7 DE SETEMBRO | QUINTA-FEIRA
15h | Emissário Submarino (Av. Pres. Wilson, 170 – José Menino) |
Coletivo AfroTu – FEIRA AFROTU – Artesanato e Gastronomia | Mostra Paralela
O Coletivo AfroTu de afroempreendedores, artesãos, artistas, designers e representatividade da Baixada Santista, mobiliza e articula atividades econômicas e manifestações das áreas da economia criativa e cultura desenvolvidas por pessoas negras da região. Organizado por mulheres negras, potencializa os saberes e fazeres ancestrais como ferramentas de empoderamento socioeconômico respeitando as identidades coletivas e individuais.
16h | Emissário Submarino (Av. Pres. Wilson, 170 – José Menino)
Cia. PlastikOnírica – ENTRƎ | Mostra Regional
Espetáculo de teatro Lambe-Lambe apresentado em uma estrutura em forma de domo e inspirado no conceito japonês Ma. Criado em Salvador (BA) por Denise Di Santos e Ismine Lima, o gênero consiste em se utilizar de elementos animados dentro de uma pequena caixa cênica para apresentar um espetáculo em miniatura, de curta duração, para apenas um(a) espectador(a) por vez. *Em caso de chuva, será transferido para a frente do Museu Pelé (Valongo)
17h | Emissário Submarino
(Av. Pres. Wilson, 170 – José Menino)
Trupe Olho da Rua – DEMOCRACERIA LTDA |
Mostra Regional
Democraceria Ltda é um novo empreendimento comercial e criativo, que irá democratizar a democratização da nossa participação democrática na democracia nacional Ltda. Uma grande festa da democracia brasileira na forma de experiência corporativa 4.O.*Em caso de chuva, será transferido para a frente do Museu Pelé (Valongo)
18h | Emissário Submarino (Av. Pres. Wilson, 170 – José Menino)
Bordallo Produções – AS FUÁS | Mostra Regional
Criado pelas artistas Juliana Bordallo, Miriã Pessoa e Lelê Lótus, é fruto de pesquisa sobre a cultura popular brasileira e suas diversas manifestações. Com uma proposta interativa e dinâmica, As Fuás convida o público a participar de uma verdadeira festa, onde os ritmos de todas as regiões do Brasil são tocados e dançados junto à plateia. Coco de roda, pau de fita, ciranda, samba, marabaixo e até mesmo uma bela sofrência estão no repertório. *Em caso de chuva, será transferido para a frente do Museu Pelé (Valongo)
19h | Teatro Guarany (Praça dos Andradas, 100- Centro)
Casa3 – TERCEIRO SINAL | Mostra Regional
Toca o Terceiro Sinal e a história se desenrola. Arturo, fundador de uma companhia teatral e pai solo de Dionisio, um jovem passando pelas inquietações da adolescência, encontra no teatro uma paixão e um jeito de ajudar o pai. Selma, tia coruja, junto com Mosquito, ator faz-tudo adotado pela trupe, sonham a vida na arte. Entre a magia do palco e a realidade dos bastidores, uma história memorialista sobre encantamento e comunhão como meios de lidar com os conflitos inevitáveis.
Texto e Direção: Kadu Veríssimo. Duração: 60 min Classificação Etária: Livre.
21h | Teatro Municipal Brás Cubas
(Av. Pinheiro Machado, 48 – Vila Mathias)
TEP Santos – O BAÚ DE CANDOCA | Mostra Regional
Atual projeto cênico de um dos mais longevos e atuantes coletivos artísticos da nossa região, que há mais de 53 anos desenvolve atividades culturais que têm como vértice o fazer teatral. O espetáculo foi concebido a partir da adaptação teatral do conto homônimo de autoria da reconhecida artista portenha, radicada em Santos, Beatriz Rota-Rossi, permanente colaboradora do grupo, com o qual mantém em sentinela sua parceria. Duração: 45 min Classificação Etária: Livre.
22h | Largo Marquês de Monte Alegre (Valongo, em frente ao Museu Pelé) |
BAIXADA VERMELHA – Festa de Encerramento
FICHA TÉCNICA / EQUIPE
Movimento Teatral da Baixada Santista
COORDENAÇÃO GERAL & PRODUÇÃO
Raquel Rollo
Miriam Vieira
Platão Capurro Filho
Caio Martinez Pacheco
Júnior Brassalotti
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO
Jackson França
Jéssìca Mâ
DESIGNER GRÁFICO
Digo Maransaldi
ASSESSORIA DE IMPRENSA
LN Textos e Assessoria
REGISTRO AUDIOVISUAL E FOTOGRÁFICO
Ferreira Produções
65 ANOS DO FESTIVAL SANTISTA DE TEATRO
Em 1958, a partir da idealização e incentivo de Patrícia Rehder Galvão, a Pagú (1910-1962), que à época trabalhava como jornalista e também promovia cursos de Arte Dramática, foi realizado o I Festival de Teatro Amador Para Santos e Litoral.
No ano seguinte, o Departamento de Cultura da cidade teve a iniciativa de trazer o II Festival Nacional de Estudantes para Santos, reunindo mais de 800 estudantes, dezenas de críticos e jornalistas de todo o país. Palcos foram erguidos e a infraestrutura da cidade foi colocada à disposição do evento, o maior da época.
A partir deste movimento, fortalecido ao longo dos anos 1960 e início dos anos 1970, manteve-se vivo todo o universo da cultura através do teatro, enfrentando e ludibriando a censura, entre outros desafios impostos à época.
No resgate da memória temos profissionais como Plínio Marcos, Gilberto e Oscar Von Pfuhl, Greghi Filho, Gilberto Mendes, Serafim Gonzalez, Lizete Negreiros, Cleide Queiroz, Ney Latorraca, Jonas Mello, Jandira Martini, Rubens Ewald Filho, Bete Mendes, Sérgio e Cláudio Mamberti e Toninho Dantas, entre outros.
Hoje o FESTA – Festival Santista de Teatro segue uma realização do Movimento Teatral da Baixada Santista e consta no Calendário Municipal de eventos da Cidade, reinventando-se anualmente e inspirando trabalhos acadêmicos. Não à toa, o teatro se tornou referência aos demais segmentos artísticos do litoral paulista, não só pelas ações em torno do festival, como também nas pautas de construção de políticas públicas para cultura nas cidades da Baixada Santista.
Fonte: LN Textos