17 de novembro de 2023
Segundo pesquisadores, 2023 pode ser o ano mais quente dos últimos 125 mil anos
O mês passado foi o outubro mais quente já registrado no planeta, prolongando uma série de cinco recordes mensais consecutivos.
O outubro deste ano bateu o recorde mais quente da história, superando o de 2019, que tinha registrado o maior índice até então. Segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), da União Europeia, o recorde ainda foi batido com uma larga diferença.
Mas o que causou isso? De acordo com os cientistas, o clima excepcionalmente quente é resultado de uma combinação de fatores, como a emissão de gases de efeito estufa, como o CO2, fruto de atividades humanas, e o El Niño. O ano que até o momento foi o mais quente já registrado é 2016, quando esse fenômeno climático, que implica no aquecimento das águas do Pacífico, também aconteceu.
Efeito estufa e El Niño
🔥 O calor é o resultado das contínuas emissões de gases com efeito de estufa, combinadas com o El Niño, que aquece as águas superficiais no leste do Oceano Pacífico.
Para Luciana Gatti, pesquisadora especialista em emissões de carbono do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), “apesar de sabermos de tudo que está acontecendo, as emissões de gases aumentam todos os anos”.
Estamos caminhando para o colapso global e de forma rápida. Acho que isso que estamos vendo é a aproximação desse colapso. Não é à toa que estamos vendo o El Niño anômalo. É suicídio coletivo.
— Luciana Gatti, pesquisadora do Inpe
CO2
Cientistas climáticos têm alertado sobre a necessidade urgente de agir para cortar emissões de carbono.
Pelo Acordo de Paris, firmado em 2016, líderes mundiais haviam se comprometido a diminuir o ritmo do aquecimento global, restringindo-o a 1,5ºC até o final deste século. Mas no ritmo atual, o planeta deve aquecer 2,4ºC até lá.