O que faz alguém acordar antes do amanhecer, enfrentar quilômetros de estrada, gastar o que tem (e o que não tem) em pranchas, equipamentos e combustível, tudo por um momento fugaz sobre uma onda? A pergunta ressoa como o próprio oceano: complexa, mas cheia de propósito. Afinal, quem é o surfista?

Mesmo após décadas de evolução no esporte e um mundo onde as informações chegam em tempo real, o surfista continua sendo um mistério para quem observa de fora. Um amante do mar, sem dúvida. Um eterno peregrino das ondas. Mas ele é mais do que isso.

Pergunte a qualquer surfista o que é o surf, e a resposta será simples, quase instintiva: “Surf é vida.” E não é um exagero. O surf transcende o ato de deslizar sobre uma onda; é um estado de espírito, uma filosofia. É sobre viver o momento, conectar-se com a natureza e encontrar riqueza na simplicidade.

E não se engane com estereótipos. Há surfistas em todas as esferas: engenheiros, médicos, empresários, políticos, policiais. Não somos alienados nem bicho-grilos. Estamos no jogo, mas não somos reféns dele. Nossa prioridade não é acumular, mas sentir. Como dizemos, ao sair de um mar épico: “Tô rico de vibe!”.

Mas o que realmente significa viver o lifestyle do surf?

Significa valorizar o nascer do sol visto de dentro do mar. Sentir o vento no rosto enquanto corta uma onda perfeita. É gastar horas em busca do swell ideal e dias inteiros planejando a próxima viagem para um destino remoto. É um compromisso com a liberdade que desafia as convenções.

A cada onda, o surfista encontra um pedaço de si mesmo. Ele entende que o oceano é tanto mestre quanto playground. Respeita a natureza como parte essencial de quem é. É por isso que, mesmo em um mundo acelerado e saturado, o surf continua sendo uma das últimas tribos nômades do planeta.

Como dizia a icônica frase da Pakalolo:
“Nosso lifestyle é estético, mas nunca será estático.”

E para você, que talvez nunca tenha surfado, fica uma provocação: está realmente vivendo? Porque o surf não é só sobre ondas. É sobre se permitir sentir. É sobre liberdade.

Se nunca esteve em uma prancha, talvez esteja perdendo mais do que imagina.

ALOHA!