Fale com a gente

|

Tempo

Compra: R$

Venda: R$

DINO

16 de setembro de 2022

Senado lança Manual para Inclusão e Diversidade LGBTQIA+

 | Jornal Acontece

Há pouco mais de 53 anos, no dia 28 de junho de 1969, ocorreu a Rebelião de Stonewall Inn, protesto em favor dos direitos das pessoas LGBTQIA+, em especial pessoas trans e travestis, a partir do clube Stonewall Inn, local que permita a entrada de pessoas marginalizadas, em Greenwich Village, em Nova York. Em alusão ao episódio, que se tornou símbolo da luta contra a LGBTfobia, a data passou a celebrar o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Travestis e Transexuais, Queers, Intersexuais, Assexuais, Pansexuais e demais expressões de gênero, identidade e de sexualidade).

Em 2022, o Senado Federal lançou, no mesmo dia, o “Manual Inclusão e Diversidade LGBTQIA+”. Segundo a Agência Senado, o objetivo é sanar dúvidas sobre gênero, orientação sexual, direitos conquistados e formas de se portar com as pessoas desta comunidade de forma respeitosa. A obra pode ser acessada gratuitamente pela Biblioteca Digital do Senado Federal.

Natalia Pasetti, especialista em diversidade e inclusão e fundadora da ONG Casinha Acolhida – que atua com acolhimento em diversas áreas para pessoas LGBTQIA+ e serviço de consultoria sobre diversidade e inclusão para empresas -, avalia de forma positiva a iniciativa do Senado com o lançamento de um guia para fomentar pautas de inclusão da comunidade gay.

“A existência de um guia educativo sobre a temática LGBTQIA+, criado e compartilhado pelo poder público, é extremamente representativo pois, além de reforçar a importância do tema e dar a devida legitimidade à pauta, o Senado cumpre o seu papel de construir e garantir uma sociedade mais justa e equitativa para toda sociedade brasileira. Essa garantia passa, com certeza, pela educação e compartilhamento de conhecimento público”, afirma. 

Pasetti ressalta que, apesar de ainda existirem muitos direitos a serem conquistados pela comunidade LGTBQIA+ no Brasil, tendo em vista que não existe uma garantia de direitos por lei dessa comunidade, o lançamento do guia pelo Senado Federal é, sim, um avanço.

“Qualquer ação nesse sentido é favorável à luta, mas precisamos refletir sobre a necessidade do Estado assumir um compromisso real na garantia dos direitos básicos da população LGBTIQIA+. Somos o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo, a taxa de desemprego entre pessoas LGBTQIA+ é o dobro da média nacional, as vulnerabilidades e as violências ainda são extremas”, afirma Pasetti. 

Segundo o “Relatório de Mortes Violentas de LGBT+ no Brasil ocorridas em 2021”, do Grupo Gay da Bahia, 300 pessoas da comunidade gay foram vítimas de morte violenta no país no último ano – um acréscimo de 8% em relação ao ano precedente, sendo 276 homicídios e 24 suicídios.

“É preciso fazer muito mais do que uma cartilha. Dessa forma, reconhecemos o avanço, mas precisamos debater e garantir os direitos da população LGBTQIA+ de forma ampla e transversal”, articula Pasetti. 

Homofobia, conhecimento e políticas públicas 

Na análise da especialista em diversidade e inclusão, o conhecimento pode impactar no preconceito existente na sociedade: “Fobia é o medo exagerado de algo e a origem desse medo pode ser por falta de aproximação, desconhecimento sobre aquilo. A LGBTFobia é estrutural e é perpetuada também por essa falta de aproximação e conhecimento que a sociedade tem a respeito das vivências dessa comunidade”, explica.

Em 2019, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu pela criminalização da homofobia e da transfobia. A criminalização prevê pena de um a três anos de prisão, além de multa. Com isso, o Brasil se tornou o 43º país a criminalizar a homofobia, segundo o relatório “Homofobia Patrocinada pelo Estado”, desenvolvido pela Ilga (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais).

A sociedade marginalizou, e ainda marginaliza, histórias e indivíduos da comunidade LGBTQIA +,”desnormalizando” a existência dessa população, acrescenta Pasetti. “Nesse sentido, quanto mais as pessoas conhecerem sobre, abrirem espaço para o diálogo e se aproximarem dessa vivência, mais os estereótipos, os vieses e os pré-conceitos estarão sendo quebrados. Conhecimento é poder e possibilidades”, completa. 

Para a fundadora da ONG Casinha de Acolhida, ainda há muito o que a população LGBTQIA+ espera conquistar na busca pela igualdade. “O que temos hoje no Brasil são legislações favoráveis e não garantidas por lei. Essa população ainda sofre muito com a exclusão e vulnerabilidade social, faltam políticas públicas que garantam direitos básicos, como direito à vida, à alimentação, à educação e outros que promovam a autonomia dessas pessoas”, conclui Pasetti.

Para mais informações, basta acessar: https://www.casinha.ong/

Publicidade
Publicidade
NOTÍCIAS RELACIONADAS

16 de setembro de 2022

Brasil é 50º em inovação no mundo e líder na América Latina

Leia mais

16 de setembro de 2022

Caminhos para Romper os Ciclos de Abuso Psicológico Feminino

Leia mais

16 de setembro de 2022

Thermas Resort Walter World abre campanha Réveillon 2025

Leia mais
Publicidade
Publicidade
Desenvolvido por KBRTEC

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies e os nossos Termos de Uso.