O que fazer ao ser vítima de golpe via Pix?
Quando uma pessoa se vê vítima de um golpe utilizando o Pix, é importante agir rapidamente. “O primeiro passo é notificar o banco e solicitar o bloqueio imediato dos valores, além de registrar um boletim de ocorrência. Guardar todas as provas, como capturas de tela das transações e conversas, é fundamental para dar início a um processo judicial”, orienta Beserra. Em muitos casos, é possível recuperar o valor perdido e, dependendo da situação, pleitear indenizações por danos morais e materiais.
Responsabilização e penalidades
Criminosos que aplicam golpes via Pix podem ser enquadrados no crime de estelionato, previsto no artigo 171 do Código Penal, cuja pena varia de 1 a 5 anos de reclusão, além de multa. Beserra comenta que, dependendo da situação, outras tipificações penais podem ser aplicadas, como o furto mediante fraude ou até a lavagem de dinheiro, especialmente quando há a tentativa de ocultar a origem dos valores ilícitos. “Quando o crime envolve grupos organizados ou meios tecnológicos avançados, as penas podem ser agravadas, considerando o impacto e sofisticação das fraudes”, complementa.
É possível também processar a pessoa que recebeu o valor indevidamente por meio de uma ação de repetição de indébito, que visa à devolução do montante. No entanto, Beserra alerta que, muitas vezes, os criminosos utilizam contas falsas ou de laranjas, tornando o processo mais complexo. “Em muitos casos, essas contas são abertas em nome de terceiros, que não têm conhecimento do golpe, o que pode ser provado durante o processo.”
Prevenção e direitos
Para minimizar os riscos de fraude, Robert Beserra sugere algumas medidas preventivas. “É importante definir limites de transação, ativar notificações instantâneas no aplicativo bancário e cadastrar contas de confiança. Além disso, o usuário deve sempre manter seus dispositivos seguros, com autenticação em dois fatores e realizar atualizações de segurança”, aconselha.
Outro ponto importante é entender os termos e condições do contrato com a instituição financeira, especialmente no que diz respeito ao uso do Pix e às proteções oferecidas em caso de fraude. “A utilização consciente e segura do sistema é o primeiro passo para evitar cair em golpes, mas, em casos de fraude, é crucial agir rapidamente e conhecer os mecanismos de devolução e proteção que estão disponíveis”, finaliza Beserra.
Com o aumento das fraudes digitais, o advogado reforça a importância da conscientização e da prevenção, lembrando que, embora o Pix tenha facilitado a vida dos usuários, sua utilização exige cautela. “Proteger-se adequadamente e estar atento às movimentações financeiras são ações essenciais para garantir maior segurança nas transações eletrônicas”, conclui.
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