10 de agosto de 2021
70 anos de casamento. O exemplo de vida de um casal cubatense
Amor à primeira vista, confiança plena e muito companheirismo. Fazem 70 anos que Francisco Pedro Teixeira, o seo Quitó de 94 anos e Rita Peixoto
Teixeira, de 92, são fiéis ao Sim, que disseram no altar. Um casal cuja própria vida é um testemunho de fé. Fiel a fé católica durante toda a vida, o casal até hoje vive a comunhão com a sagrada eucaristia. Nos últimos anos, mais complicados, quando não puderam ir à igreja, os ministros da
sagrada eucaristia levaram o sacramento até o casal que, por escolha, mora ao lado da igreja São Francisco de Assis.
TERÇO: A ARMA CONTRA O INIMIGO
Mesmo tendo que ralar muito desde o começo do casamento, a família sempre permaneceu unida, e todos os domingos iam à missa: o casal e os filhos menores em uma charrete, enquanto os mais velhos os acompanhavam de bicicleta.
“A família foi criada na oração e as crianças rezavam o terço junto com os pais”, contam os filhos, hoje também pais e mães.”O inimigo não resiste a oração do terço e parte em retirada”, sentencia seo Quitó.
NÃO EXISTE CIÚMES, EXISTE FALTA DE CONFIANÇA
Convicto de sua fé pela esposa, família e Deus, seo Quitó é firme nos conselhos aos mais jovens. Para ele, a ausência de ciúme e briga na longeva vida, se justifica pela presença de Deus e pela fé: “não existe ciúmes: existe a falta de confiança, que é consequência da falta de Deus na vida do casal, ensina seo Quitó. Para ele quem ama confia e quando tudo se ajeita na oração e na boa conversa, não sobra espaço para brigas.
AMOR E FÉ
Com o passar dos anos, dona Rita foi diagnosticada com Alzheimer, e o bem maior deles: as lembranças que o casal compartilhava, estavam sendo afetadas. Apaixonado, Francisco, no alto dos seus noventa e dois anos e com sua memória intacta, teve uma brilhante ideia. Resolveu escrever um
livro, que ajudasse sua companheira a lembrar de tudo que passaram até ali. Com o título de Amor e Fé – Uma História da vida real, o livro emocionou seus filhos e sua amada. Uma linda história digna de um filme. Com seus 94 anos, “seo” Quitó continua sendo o chefe da família, amoroso, conversador e conselheiro, cuidando de sua família há 70 anos da mesma forma.
A TRAJETÓRIA
Em 26 de julho de 1950, “nossos olhares se cruzaram em meio à multidão, como se nos conhecêssemos há muito tempo: foi amor à primeira vista”, diz o poeta Quitó. Ele com 23 anos, acabara de terminar um noivado, e foi a um casamento quando encontrou Rita, uma linda jovem, que também havia terminado o noivado. Um ano depois, em 30 de julho de 1951, se casaram e foram morar provisoriamente com os sogros, onde nasceram dois dos onze filhos. Com muito trabalho compraram um pequeno sítio, se mudaram e viveram por oito anos. Em busca de oportunidades os três filhos mais velhos, vieram para Cubatão. Francisco e Rita enxergaram a mudança com bons olhos, pois poderiam buscar um tratamento para sua filha caçula, que nascera com necessidades especiais e, em 78, chegaram em São Paulo, na casa de Tia Amélia, onde ficaram por dois anos. Em uma das visitas a Cubatão, se encantaram com a cidade e decidiram mudar. Porém a dificuldade de comprar uma casa aqui, deixou Quitó
desolado. Ele recorreu à sua fé em Jesus, entrou na igreja e clamou a Deus. Quando saiu, os caminhos se abriram e foi informado instantâneamente, sobre uma casa, bem ao lado da mesma igreja em que esteve minutos atrás. Já de posse
da benção tudo deu certo. A história de seo Quitó na cidade nasceu praticamente junto com a Igreja São Francisco de Assis, pois foi um dos pedreiros responsáveis a levantar a nova igreja, fato que menciona orgulhosamente.