18 de dezembro de 2023
Audiência pública na Alesp discute urgência da ampliação do Sistema Anchieta-Imigrantes
Um dos temas discutidos na audiência pública realizada na ultima sexta-feira (15) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo foi a necessidade de ampliação e modernização das rodovias que integram o Sistema Anchieta-Imigrantes, que liga a Capital à Baixada Santista.
“São muitas reclamações que recebemos no gabinete sobre os congestionamentos ali, da dificuldade nas subidas e descidas, além do impacto desse movimento nas cidades do Litoral e no Porto de Santos. Ainda temos uma alta temporada chegando por aí. Em função disso, trouxemos todos os envolvidos no assunto para entender o que está sendo feito para amenizar a situação”, explicou a deputada Solange Freitas (UNIÃO)
Entre os representantes de órgãos estratégicos eles estavam Ronald Marangon, diretor superintendente da concessionária Ecovias, que administra o Sistema, e Milton Persoli, diretor-geral da Agência de Transporte do Estado de São Paulo
“É importante mostrar que a Alesp está na vida da população em seu dia a dia. Nós, deputados, fazemos esse trabalho de intermediação, fiscalização e cobrança em todas as áreas. O Sistema não comporta mais o movimento que tem. Precisamos de uma terceira pista ou de uma nova opção para ligar a Baixada Santista à cidade de São Paulo. Isso é urgente”, acrescentou Solange.
10 mil caminhões
Secretário municipal de Assuntos Portuários e Emprego de Santos, Bruno Orlandi, apontou que a Rodovia Anchieta recebe uma média de 10 mil caminhões por dia e que isso tem um grande impacto na cidade e na vizinhança. Para se ter uma ideia, em 2022, circularam na rodovia 162 milhões de toneladas de produtos. Para 2040, a projeção é de 240 milhões de toneladas. Apenas o Porto de Santos responde por 30% do PIB nacional atualmente. Isso ilustra o tamanho, e complexidade, do movimento concentrado nesse ponto do estado
“Se hoje temos uma realidade desafiadora, imagine daqui a 15 anos. É absolutamente necessária a construção de uma alternativa de ligação com a Capital, seja ela a duplicação da Imigrantes ou uma via Planalto-Baixada totalmente nova. Na minha opinião, precisamos das duas opções. Precisamos trabalhar para termos logo esse tipo de resultado, para o bem de São Paulo e do povo brasileiro”, opinou Orlandi.
RISCOS
Por fim, o tenente coronel Fábio Paganotto, da Polícia Rodoviária Estadual, lamentou que a falta de uma melhor estrutura no Sistema tem impacto direto no aumento do número de acidentes, inclusive fatais, e no caos de tráfego gerado nas cidades litorâneas. “Tenho que explicar, a toda hora, que não podem descer veículos pesados pela Imigrantes. Para isso, tenho que deixar dois policiais, de uma tropa que já é pequena, correndo atrás de carreteiros que não respeitam as determinações. São 30 caminhões por hora passando por uma placa enorme na rodovia que alerta para não seguir”, afirmou, de forma veemente. “Está tão estrangulado, que temos que fazer mágica. Tenho 80 policiais mortos na minha galeria, a maioria atropelados. Os caminhoneiros preferem ser multados a parar. O valor da multa é baixo, então, vou registrar 50 mil multas lá e eles vão continuar. Eu tenho dificuldade de descer com a viatura na Serra porque as carretas estão todas lá. Desço multando todo mundo e eles não saem. Operamos em um sistema com milhares de irresponsáveis”, lamentou o policial.