23 de agosto de 2021
Cai preocupação dos brasileiros com a pandemia, aponta pesquisa da Universidade de Brasília
Entre junho e julho deste ano, 35% disseram estar muito preocupados com a Covid-19 – o número era de 52%, em março; levantamento ouviu 1.009 pessoas de todos os estados brasileiros
Pesquisa Saúde Brasil inédita realizada pelo Centro de Pesquisa em Comunicação, Política e Saúde Pública da Universidade de Brasília (CPS-UnB), em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), mostra que o nível de preocupação dos brasileiros com a pandemia caiu. Dos entrevistados, entre junho e julho deste ano, 35% disseram estar muito preocupados com a doença – o número era de 52%, em março. Ainda no período de junho a julho, 34% disseram estar bastante preocupados; 26% só um pouco preocupados e 5% nada preocupados.
Além disso, 14% acreditam que não têm nenhum risco de contrair Covid-19, contra 21% que acham que têm um grande risco. No entanto, 86% afirmam que conhecem alguém que morreu pela doença.
Para o coordenador do Centro de Pesquisa em Comunicação, Política e Saúde Pública da Universidade de Brasília (CPS-UnB), Wladimir Gramacho, a queda do nível de preocupação pode ter ocorrido pelo fato de a pandemia estar mais controlada na maioria dos estados brasileiros, devido principalmente ao avanço da vacinação. “Mas não podemos diminuir os cuidados. A variante delta está circulando e mostrando seu potencial de contaminação, o que tem feito vários países retomarem medidas de restrições. Reforço que precisamos continuar com uso de máscaras e álcool em gel, evitar aglomerações, entre outros”, alerta o pesquisador.
A pesquisa também mostrou frases para os entrevistados darem uma pontuação de 0 a 10. ‘É importante que todos nós nos vacinamos contra Covid-19 para protegermos uns aos outros’ e ‘É importante usar máscaras para reduzir o número de casos e mortes por Covid-19’ obtiveram nota 9,2. Por outro lado, a frase ‘Há tratamentos alternativos eficazes contra a Covid-19’ recebeu nota 3,6; enquanto que ‘A Covid-19 não é tão grave quanto a mídia diz’ ganhou 1,8.
Outra preocupação revelada pela pesquisa é a testagem de brasileiros na pandemia. Entre junho e julho de 2021, 58% dos entrevistados disseram não ter contraído a Covid-19, mas nunca realizaram o exame. Além disso, 20% disseram não ter tido a doença, mas fizeram o teste; 3% tiveram a doença, porém, sem sintomas; 18% tiveram a doença e trataram em casa; e 1% teve a doença e foi hospitalizado.
“Esses números só comprovam que o Brasil realmente testou pouco durante toda a pandemia. Isso preocupa bastante, já que a realização de exames é uma das melhores estratégias para conter a transmissão da Covid-19, além claro, da vacinação em massa e dos cuidados individuais da população, que não podem ser flexibilizados”, ressalta Wladimir Gramacho.
Saúde do brasileiro:
A pesquisa da Universidade de Brasília, em parceria com o IBPAD, abordou um tema que ganhou destaque durante a pandemia: como está a saúde dos brasileiros. Levantamento revelou que 41% dos entrevistados não utilizaram nenhum serviço de saúde nos últimos três meses. Mostrou também que, daqueles que utilizaram, 50% foram a uma consulta médica; enquanto 32% fizeram exame de diagnóstico. O especialista mais consultado nos últimos três meses foi o clínico geral, representando 42%, seguido por dentista, com 29%, ginecologista, com 12%, e cardiologista, com 10%.
Ao avaliar a própria saúde, 62% acreditam estar ótima ou boa, 29% regular, e 9% ruim ou péssima. Nos últimos três meses, 14% dos entrevistados disseram acreditar que sua saúde está melhor, sendo que 71% acharam estar igual, e 14% pior.
A Pesquisa Saúde Brasil foi realizada com 1.009 pessoas de todos os estados brasileiros, entre os dias 30 de junho e 13 de julho, em uma amostra representativa da população no País. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, em um intervalo de confiança de 95%. Devido a pandemia, as entrevistas foram feitas em um painel online com convites distribuídos de forma probabilística às pessoas cadastradas na plataforma Netquest.
Mais informações sobre a pesquisa: https://www.ibpad.com.br/