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25 de abril de 2023

Câncer de Testículo: 60% das mortes pela doença acomete jovens adultos

 | Jornal Acontece

Urologista de Santos mostra a importância do autoexame para aumentar chances de cura

 

Estamos no Abril Lilás. Mês voltado à conscientização e prevenção do câncer de testículo, doença que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o tumor mais frequente entre homens de 20 a 40 anos, ou seja, em idade produtiva, e o 2º mais comum entre adolescentes entre 15 e 19 anos, ficando atrás apenas da leucemia.

 

Dados exclusivos do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da saúde e obtidos pela Sociedade Brasileira de Urologia mostram que mais de 60% das mortes pela doença acomete jovens adultos. A Sociedade Americana de Câncer, inclusive, afirma que 1 em cada 250 homens serão acometidos pela doença ao longo da vida.

 

Entre 2010 e 2020, cerca de 4 mil homens morreram em decorrência do câncer de testículo, e apenas 816 tinham mais de 50 anos – faixa etária de maior prevalência dos tumores urológicos. O médico urologista Heleno Diegues Paes explica que a principal explicação para comprometer principalmente os homens mais jovens é pelo fato de ser um tumor originado de células que têm um grande processo de multiplicação, que são as células germinativas. A maior atividade dessas células ocorre justamente no adulto jovem, que está no auge da sua capacidade reprodutiva.

 

“Como são células que se multiplicam com grande frequência e intensidade, esse tipo de câncer geralmente aparece como um nódulo no testículo de crescimento muito rápido. Alguns homens não têm uma percepção muito boa do seu genital e acabam, às vezes, descobrindo o tumor quando tem alguma pancada ou uma dor súbita”.

 

O principal fator de risco para essa doença é uma situação chamada criptorquidia, onde algumas crianças, no desenvolvimento embrionário, não têm a descida completa dos testículos até a região da bolsa escrotal. Dessa forma, o testículo é encontrado na região das virilhas ou dentro do abdome.

 

“Algum histórico de trauma, o uso materno de estrogênios e também se o homem já tem algum tipo de atrofia testicular, que pode sugerir alteração celular, também pode aumentar a chance de desenvolver o tumor”, explica Heleno.

 

A prevenção do câncer de testículo, na verdade, não existe. A principal medida que impacta na sobrevida é o diagnóstico precoce. Por isso, é fundamental realizar a palpação rotineira dos testículos, procurando um médico urologista caso observe alguma nodulação que não existia ou que vem crescendo. Felizmente, é uma doença com bom prognóstico, com taxas de cura ultrapassando os 90%.

 

E para o auto exame, Heleno ressalta uma curiosidade importante. “Muitos homens acham que no escroto só existe o testículo, mas isso não é verdade. Existem outras estruturas dentro do saco escrotal e alguns homens comparecem em consulta para averiguação, com receio de estarem com câncer. Atendo muitos homens que apalparam alguma coisa que julgaram estranha e normalmente são estruturas naturais. Mas, de fato, é prudente ir ao médico nessa situação”.

 

 

O tratamento tem basicamente duas etapas. Quando o testículo é comprometido pelo tumor, ele precisa ser retirado imediatamente. O paciente passa por uma cirurgia chamada orquiectomia radical, onde o médico faz uma incisão, geralmente pela virilha, e remove ali todo o testículo comprometido e o cordão espermático. É importante destacar que a retirada de um testículo não interfere necessariamente na capacidade de ter filhos, pois o testículo remanescente permanece funcionante.

 

A segunda etapa do tratamento é determinada pela análise do tumor no exame anatomopatológico e pelos exames de estadiamento, onde é vasculhado o corpo à procura de metástases. De acordo com os resultados, poderá ser preciso fazer a quimioterapia ou a radioterapia que, segundo o especialista, têm resultados excelentes. “É um tipo de quimioterapia capaz de promover a cura”.

 

Para Heleno Paes, a mensagem principal é não demorar para buscar ajuda médica. Como é um câncer de crescimento rápido, quanto antes for iniciado o tratamento melhores serão os resultados. “Apesar de apresentar taxas de cura muito boas, existem pessoas que acabam morrendo. Portanto, homens e meninos, palpem seus testículos. Se perceberem algo estranho, procurem um urologista”.

 

Sobre Heleno Paes

Santista de nascimento e criação, começou a se interessar pela medicina no final do ensino médio, quando precisou socorrer um amigo com cólica renal. Posteriormente esteve em uma excursão promovida pela escola para ajudar os estudantes a escolher a profissão, e conheceu a faculdade de medicina da USP. Ficou maravilhado com o estudo do corpo humano, com as peças do laboratório de patologia, e decidiu que era isso que queria fazer. Assim, ingressou na Faculdade de Medicina do Centro Universitário Lusíada, em Santos, em 1997.
 

Após seis anos, concluiu a graduação e se alistou no Exército. Foi para a Amazônia à serviço do Exército e realizou diversos trabalhos junto à população carente local. Após um ano, regressou e foi morar em São Paulo, onde se especializou em cirurgia geral no Hospital Municipal do Tatuapé, depois em Urologia no Hospital Santa Marcelina e, por fim, em Transplante Renal na mesma instituição.

 

Nesse período, fez cursos em microcirurgia, videolaparoscopia e outros relevantes para sua formação. Atualmente, atua como médico assistente das subespecialidades Uro-oncologia e Transplante Renal do Hospital Santa Marcelina, o maior hospital da Zona Leste de São Paulo. É também preceptor do internato médico e da residência médica e dá aulas na Faculdade de Medicina Santa Marcelina. Em Santos, pratica a medicina em seu consultório, onde dedica todos os esforços e conhecimento para cuidar de seus pacientes.

 
 
Fonte:Santospress
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