20 de agosto de 2024
Coletivo 302 inicia apresentações de ‘Vila Socó’ no Festival Mirada
Última parte da trilogia Zanzalá será encenada gratuitamente nas ruas da Vila São José, em Cubatão, nos dias 10, 11 e 12 de setembro, às 17h30
Após dez meses de intensa preparação e estudos, o Coletivo 302 já tem data para o início das apresentações do espetáculo “Vila Socó”. A encenação fará parte da programação do Mirada, Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas promovido pelo Sesc São Paulo, nos dias 10, 11 e 12 de setembro, a partir das 17h30, percorrendo as ruas da Vila São José, em Cubatão, com início na Rua Hilário Balula, 20. A programação é gratuita.
Bairro operário de Cubatão, a Vila Socó, hoje denominada Vila São José, foi destruída em um incêndio há 40 anos, na madrugada de 24 para 25 de fevereiro de 1984, após o vazamento de aproximadamente 700 mil litros de gasolina de dutos subterrâneos instalados sob o terreno, resultando na morte de dezenas de pessoas e animais, naquela que foi considerada a principal tragédia industrial do Brasil e um dos maiores incêndios do País.
Esse fato é o ponto de partida do espetáculo do Coletivo 302, que se debruçou sobre arquivos e entrevistas com pessoas da comunidade durante o processo criativo. Última parte da trilogia Zanzalá, que resgata narrativas de três bairros operários da cidade (Vila Parisi, Vila Fabril e Vila Socó), a obra itinerante percorre as ruas e memórias da vila. Mergulhando entre suas frestas e becos, o público acompanha um menino em busca de reencontrar a família nos rastros da lama, da cal e do tempo.
Durante todo o processo, foi utilizado o conceito teatral site-specific, em que o grupo utiliza a própria região que será retratada como ponto de partida para a criação dramatúrgica, cenográfica e de outros elementos da obra. “É uma obra criada especialmente para esse local, que sofreu um grande incêndio há 40 anos e que desde então passou por muitas mudanças desde então. O público participa ativamente da narrativa, interagindo com o espaço, personagens e suas histórias. A peça é itinerante, desenvolvendo-se pelas ruas, praça e memorial dedicado aos mortos do incêndio”, explica Douglas Lima, Diretor e encenador do espetáculo.
O objetivo do Coletivo 302 é reviver e refletir sobre essa história através do teatro, aguçando sentidos, memórias e criticidade com sons, cheiros e outras sensações. A Vila é protagonista da narrativa, e elementos visuais, como tecidos e objetos, destacam pontos da história.
“O nosso processo de pesquisa incluiu pesquisas de documentos e publicações da época, mas principalmente por meio de entrevistas e depoimentos dos moradores ou pessoas que tenham histórias sobre o território ou tema abordado”, diz Allana Santos, atriz. “Assim estabelecemos uma relação de proximidade com a comunidade, possibilitando que a narrativa seja contada através da visão popular, dando voz aos moradores e criando um registro da memória e história da cidade”, completa.
Nos três dias de apresentação dentro do Mirada, o Sesc São Paulo disponibilizará transporte gratuito a partir de sua unidade em Santos, com vagas limitadas. Para reservar, é preciso acessar o aplicativo Credencial Sesc SP ou o site https://centralrelacionamento.sescsp.org.br/.
Mais apresentações
O Coletivo 302 realizará mais apresentações do espetáculo nas semanas seguintes, agora como parte da temporada oficial. As encenações acontecerão nas seguintes datas: 21, 22, 28, 29 de setembro e 05, 06, 12, 19, 20 e 26 de outubro, sempre às 17h30 e também com entrada franca. Haverá vagas limitadas para estacionamento na Praça da Cidadania da Vila São José, entrada do bairro.
Coletivo 302
O Coletivo 302 é um grupo de pesquisa reconhecido como Ponto de Memória pelo IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus. Fundado em outubro de 2014, desenvolve ações culturais gratuitas em espaços públicos, como espetáculos teatrais, intervenções urbanas em artes visuais, produções audiovisuais, ações ambientais e educativas. Sua pesquisa destaca a valorização da memória, identidade, pertencimento e ancestralidade do seu território de atuação e a busca pela ressignificação de seu imaginário. Conheça mais sobre o trabalho do grupo e a agenda das atividades no site www.coletivo302.com ou através do Instagram @coletivo302.
FICHA TÉCNICA
Direção e encenação: Douglas Lima | Dramaturgia colaborativa: Lucas Moura e Coletivo 302 | Dramaturgismo: Sander Newton | Direção e produção musical: Marcozi dos Santos | Pesquisa e atuação: Alisse Flora, Allana Santos, Douglas Lima, Lípari, Sander Newton e Sandy Andrade | Elenco convidado: Jùpïrã Transeunte, Lourimar Vieira, Lucas Pereira, Luiz Guilherme, Nicca Oliveira e Rafael Almeida | Músicos: Jojo, Maynard, Marcozi dos Santos e Will | Técnicas de palco: Batman, Giovana Oliveira, Klebson Oliveira e Maysa Juvino | Preparação vocal e canto: Douglas Lima | Orientação de canto coral: Nailse Machado | Preparação corporal: Tay O’hanna | Preparação musical: Luiz Guilherme e Marcozi dos Santos | Composição: Marcozi dos Santos, Sander Newton e Tay O’hanna | Técnico de som: Diego Kaos | Técnica de luz: Nanyh Montingeli | Figurino: Kadu Veríssimo | Assistente de figurino: Sandy Andrade | Costureira: Amélia Maria | Cenografia: Douglas Lima | Desenho de luz: Juliana Sousa e Lípari | Cenotécnico: Buru, Josué Salvino e Mauro Fecco | Ciclo de Estudos: Cia As Marias, Coletivo Estopô Balaio, Grupo Forfé e O Coletivo | Direção de produção: Alisse Flora | Produção: Allana Santos e Maysa Juvino | Assistente de produção: Julia Victor | Produção executiva: Sander Newton e Sandy Andrade | Comunicação: Allana Santos | Assessoria de imprensa: Allan Nóbrega | Designer: Caíque Unger | Fotos: Sander Newton | Idealização: Coletivo 302 | Apoio: Galpão Cultural Cubatão.