09 de abril de 2025
Cubatão 76 anos: a indústria na trilha da transição energética

Nesta edição de aniversário da cidade, o Jornal Acontece, conversa com Américo Ferreira Neto, diretor-titular do CIESP, para entender melhor os avanços da indústria local rumo à transição energética e à descarbonização.
A região, que é um importante polo industrial nos setores siderúrgico, químico, petroquímico e de fertilizantes, está se consolidando como referência em sustentabilidade, impulsionada por novos projetos e investimentos.
Jornal Acontece:
Como o CIESP Cubatão tem atuado para promover a descarbonização e o uso de energia limpa pela indústria local?
Américo Ferreira Neto: O CIESP Cubatão indústria Cubatão 76 anos: a indústria na trilha da transição energética tão, está fortemente mobilizado para promover a descarbonização e a utilização de energia limpa pelas indústrias da região. Essa mobilização faz parte de uma agenda cada vez mais relevante, pois a sustentabilidade se tornou uma exigência global, especialmente com os compromissos dos países com a agenda climática.
Jornal Acontece:
O CIESP Cubatão já tem uma tradição em sustentabilidade?
Américo: Sim, temos uma longa tradição nesse campo. Um exemplo é o apoio prestado ao Programa de Recuperação Ambiental da Serra do Mar, que teve um investimento inicial de um bilhão de dólares e resultou no controle de todas as fontes de poluição primária. Esse projeto foi tão significativo que, em 1992, a ONU reconheceu Cubatão como símbolo e referência em recuperação ecológica. Desde então, mais de três bilhões de dólares já foram investidos em gestão ambiental e ações preventivas.
J.A: Que outras iniciativas sustentáveis o CIESP Cubatão já desenvolveu?
Américo: Outra iniciativa importante foi, em 2005, a participação na elaboração da Agenda 21 – A Cidade que
Queremos, juntamente com o poder público e a sociedade civil. Esse planejamento estratégico reúne mais de 280
objetivos voltados para o crescimento sustentável. Hoje, a indústria local está vivendo um novo ciclo de avanços, consolidando-se como referência na transição energética e descarbonização
J.A: Quais são os projetos atuais que se destacam nesse processo de transição energética?
Américo: Um dos maiores avanços está relacionado ao uso do hidrogênio verde. Grandes empresas locais já
têm projetos para utilizar esse combustível na produção de amônia e ácido clorídrico com baixas emissões de carbono. Além disso, a Petrobras está planejando fabricar diesel renovável e combustível sustentável para aviação,
utilizando hidrogênio como matéria-prima.
J.A: Existem outras ações para melhorar a eficiência energética na indústria local?
Américo: Sim, além dos projetos envolvendo o hidrogênio verde, há uma série de iniciativas voltadas para melhorar a eficiência energética e reduzir as emissões. Esses investimentos impulsionam a sustentabilidade e reforçam a imagem da região como um modelo de transformação industrial alinhada às metas globais de combate aos gases de efeito estufa.
J.A: Como a Diretoria Regional do CIESP tem contribuído para esses avanços?
Américo: A Diretoria Regional do CIESP Cubatão tem se destacado pela capacidade de mobilização política, credibilidade e representatividade legítima do polo industrial.
Nosso papel tem sido estimular e apoiar as empresas na busca pela descarbonização e transição energética, garantindo que a indústria local se posicione como protagonista do desenvolvimento sustentável.
J.A: Para finalizar, qual é a importância desse movimento para a indústria de Cubatão?
Américo: É um movimento muito expressivo e significativo. A indústria de Cubatão está se consolidando como
uma referência em desenvolvimento sustentável, o que fortalece sua posição no cenário global e contribui diretamente para o combate às mudanças climáticas. Estamos empenhados em continuar nesse caminho, com investimentos contínuos e parcerias estratégicas. Essa entrevista evidencia o protagonismo da indústria de Cubatão na transição energética e reafirma o compromisso do CIESP com o desenvolvimento sustentável. A trajetória de recuperação ambiental da cidade é um exemplo de como o setor industrial pode se reinventar e avançar rumo a um futuro mais limpo e responsável.