26 de junho de 2025
Cubatão quer sediar Escola Nacional de Turismo e se consolidar como polo estratégico da Baixada Santista

Cubatão entrou oficialmente na disputa para receber uma unidade da Escola Nacional de Turismo, iniciativa do Governo Federal voltada à qualificação de profissionais para o setor turístico. A proposta é instalar a escola no campus do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) na cidade, aproveitando sua infraestrutura e o potencial regional para o turismo ecológico, industrial e cultural.
A solicitação foi formalizada pela Secretaria Municipal de Turismo, que encaminhou ofício ao Ministério do Turismo e à Reitoria do IFSP pedindo apoio institucional e político para viabilizar o projeto.
Formação para o desenvolvimento regional
Segundo o secretário de Turismo de Cubatão, Elias Silva, a implantação da escola fortalecerá a Baixada Santista como centro de excelência na formação de mão de obra qualificada para turismo, hospitalidade e eventos — áreas estratégicas para o crescimento econômico e cultural da região.
Com o maior porto da América Latina (Porto de Santos), cidades com forte vocação turística (como Guarujá, Santos e São Vicente), além de praias, trilhas, manguezais e patrimônio histórico, a Baixada reúne características únicas para o desenvolvimento do setor. No entanto, ainda carece de instituições públicas que ofereçam formação técnica e superior gratuita voltada ao turismo — uma lacuna que a escola pretende preencher.
De símbolo da poluição à referência em sustentabilidade
Cubatão viveu um processo de transformação: já foi considerada, nos anos 1980, a cidade mais poluída do mundo pela ONU. Com esforço conjunto entre poder público, empresas e sociedade, reduziu em 98% seus índices de poluição e, em 1992, foi reconhecida como “Cidade-Símbolo da Recuperação Ambiental”.
Hoje, a cidade investe no turismo ecológico como alternativa de desenvolvimento. Abrigando 44% do Parque Estadual da Serra do Mar, oferece atrativos como as trilhas do Passareúva e Rio Pilões, as cachoeiras do Perequê (incluindo a famosa Véu de Noiva), além de núcleos históricos como Itutinga-Pilões. Cubatão também aposta no turismo industrial, com visitas monitoradas a usinas, refinarias e fábricas.
Estrutura pronta para receber a nova escola
O campus do IFSP em Cubatão, inaugurado em 1987, já oferece cursos técnicos e superiores em áreas como Eventos, Automação Industrial, Turismo, Letras e Informática. A estrutura conta com salas de aula, laboratórios, biblioteca e espaços de uso comunitário — recursos que podem ser aproveitados para a nova unidade.
Entre os cursos previstos na proposta estão:
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Técnico em Guia de Turismo
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Técnico em Eventos
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Tecnólogo em Gestão de Turismo
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Tecnólogo em Hotelaria
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Bacharelado Interdisciplinar em Turismo e Hospitalidade
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Cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC)
Projeto nacional em expansão
A Escola Nacional de Turismo é um programa do Ministério do Turismo que busca ampliar a qualificação da mão de obra no setor. A primeira unidade foi inaugurada em Belém (PA) em novembro de 2024, formando 212 alunos — a cidade foi escolhida por sediar a COP30.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, anunciou a intenção de levar o projeto a todas as capitais e ao Distrito Federal. Além dos cursos presenciais, o governo oferece capacitações on-line e gratuitas em áreas como atendimento, hotelaria, gestão e idiomas — com mais de 14 mil vagas ofertadas em 2024.
Educação como motor do futuro
Para o secretário Elias Silva, a escola pode ser um marco para Cubatão e para toda a região. “É uma oportunidade de promover o turismo sustentável, valorizar nosso patrimônio e garantir acesso à educação de qualidade para os jovens da Baixada”, afirma.
Os principais impactos esperados são:
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Geração de empregos e renda no setor turístico
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Redução do êxodo de estudantes para outras cidades
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Valorização do patrimônio local
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Fortalecimento da economia da região
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Consolidação de Cubatão como polo de formação em turismo
A Prefeitura segue buscando apoio junto ao Ministério do Turismo e à Reitoria do IFSP para tornar o projeto realidade. “Cubatão tem todas as condições para sediar essa escola. É um investimento em educação, desenvolvimento regional e na valorização do nosso território”, conclui Elias Silva.