04 de outubro de 2021
Dia do Empreendedor: Capacitação para sobreviver à pandemia
Sobreviver à onda de incertezas, trazidas pela pandemia do covid-19, foi o maior teste de fogo lançado ao empreendedor brasileiro nas últimas décadas. Quase 10 milhões tiveram que encerrar seus negócios no ano passado, segundo pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) 2020, realizada em diversos países e que contou com apoio do Sebrae e do IBPQ (Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade). As mulheres foram as mais impactadas pela crise: o número de empreendedoras já estabelecidas diminuiu 62% em 2020, comparado ao ano anterior. A queda foi muito maior do que a verificada entre os homens (-35%).
Ser dono do próprio negócio não é tarefa fácil e, por isso, não deve ser um desafio a se enfrentar sozinho. Neste contexto, a Aliança Empreendedora, organização que capacita e apoia gratuitamente microempreendedores em comunidades e periferias de todo o país, ajuda, desde 2005, microempreendedores a se capacitarem gratuitamente para desenvolverem seu negócio. No ano passado, 42% dos empreendedores apoiados pela organização conseguiram aumentar seu faturamento.
A Aliança Empreendedora possui uma plataforma de cursos denominada Tamo Junto, que tem como objetivo capacitar micro e pequenos empreendedores com conteúdos online e gratuitos. Atualmente são mais de 150 conteúdos disponibilizados no site, e desde o seu lançamento, em 2014, a plataforma conta com mais de 100 mil empreendedores cadastrados. Para saber mais, basta acessar esse link
A refugiada venezuelana Maria Moreno, que possui um negócio de comida típica de seu país de origem, o Comida Chevere, realizou o curso “Como inovar em tempos de crise”, do Tamo Junto. Há quatro anos no Brasil, Maria precisou reinventar sua vida e encontrou no empreendedorismo uma forma de gerar renda e sustentar os seus três filhos.
Há dois anos começou a vender pratos típicos venezuelanos com recheios e temperos brasileiros em feiras de refugiados e a fazer buffets para eventos. Com a pandemia, precisou aprender a se reinventar e a inovar em seu negócio. Começou, então, a fazer delivery e viu sua empresa ficar mais conhecida. “Com o curso de inovação em tempos de crise, pude aprender melhor sobre como é o negócio brasileiro e mudar a forma como estava levando o empreendimento”, conta Maria.
Outra empreendedora apoiada pela Aliança foi Célia Regina, dona da Obìnrinbàiyé, que desenvolve produtos artesanais personalizados e sustentáveis, principalmente absorventes de tecido reciclável. Com seu negócio aberto há pouco mais de um ano, a microempreendedora é outro bom exemplo de quem avançou o negócio contando com conhecimentos para apoiá-la. Com a plataforma do Tamo Junto, ela pode aprender como abrir um CNPJ, trabalhar com lojistas parceiros e conseguir microcrédito para investir no empreendimento. “A partir dos conhecimentos que adquiri, passei a ter realmente um micro empreendimento e não mais um trabalho em casa.”, conta.
Contexto 2021
O ambiente este ano é de retomada. O Brasil teve no primeiro semestre de 2021 o maior número já registrado de nascimento de empresas. Foram abertos 2.070.817 novos negócios – recorde para o período desde o início da série histórica, em 2010, segundo dados da Serasa Experian. A maior parte dos novos CNPJ criados em 2021 são de MEIs (microempreendedores individuais) que representam 80% do total das empresas abertas. São 1.654.167 abertos entre janeiro e junho. Isso significa que, a cada dois segundos, nasce um MEI no Brasil.
“Na Aliança Empreendedora, seguimos comprometidos em desenvolver projetos que entreguem o apoio que os microempreendedores e empreendedoras precisam neste tempo de retomada. Além disso, seguimos articulando parceiros e atores chave do ecossistema, a fim de reduzir barreiras e ampliar acessos e serviços adequados para suas necessidades”, afirma Lina Useche, diretora executiva e cofundadora da Aliança Empreendedora.