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Jornal Acontece

21 de agosto de 2021

Dos campos de Cubatão para a Televisão

 | Jornal Acontece

Ele é, jornalista, radialista e durante muitos anos prestou serviços para Cubatão, onde residiu por40 anos. Com passagens importantes por grandes emissoras, esse santista fanático é o convidado para o terceiro episódio da série Gente que Acontece 2021: o cronista esportivo Ademir Quintino.

 

Jornal Acontece: Quem é Ademir Quintino?

Ademir Quintino: Pai do Andrey, ama a família, DEUS, Santos FC e o E.C.J. Nova Aliança, com essa camisa eu tive os dias mais felizes da minha adolescência. Sou apaixonado pelo que faço, sempre sorrindo e de bom humor.

JA: E essa paixão pelo futebol e pelo Santos, como surgiu?

Ademir Quintino: Pelo sonho que não realizei de ser jogador. Minha ida pra crônica em 97, foi pela frustração de não me tornado jogador. Só atuei em equipes de base. Foi uma saída que encontrei de permanecer nos gramados.

JA: Você chegou a jogar pela base do Santos? Passou por mais clubes de expressão?

Ademir Quintino: Não. No Santos nunca fui aprovado. Fiz duas peneiras e reprovado em ambas. Joguei no Jabaquara, Portuguesa Santista e poucos meses no São Paulo levado pelo Craque Pita. Mas eu era limitado, reconheço. Tinha mais vontade do que talento. E como era lateral disputava posição com caras que se tornaram realidade e deram certo no futebol como o amigo Pavão, Vitor e André Luiz. Não dava pra me firmar. Passei no futsal do Corinthians também, mas nunca pisei no campo de Parque São Jorge, porque me venderam uma situação que entraria pelo futsal e depois iria para o campo, mas isso nunca aconteceu. Inclusive, lá (no Corinthians) conheci o Falcão, gênio do futsal e desde então somos amigos.

JA: Quantas feras juntas, naquela época, você acredita que era mais difícil se tornar um jogador profissional?

Ademir Quintino: Creio que sim. Eu não tive base. Quando fui aprovado na Portuguesa Santista em 1991 já era o Sub-20 (juniores). Hoje quem tem empresário bom, tem chances. Naquela época as peneiras você jogava às vezes poucos minutos e não tinha condições de apresentar seu futebol em tão pouco tempo.

JA: Ademir, e em Cubatão, além de ter vestido a camisa do Nova Aliança, você defendeu algum outro clube amador?

Ademir Quintino: Sim, Joguei no Guimarães, Galo do Bolsão 8 e EC Jd. Casqueiro (Tudo no Juvenil), mas meu coração sempre foi Aliança. No amador apenas no Aliança.

JA: Como você vê o futebol amador da cidade nos dias de hoje?

Ademir Quintino: Como eu tentava ser jogador profissional, minha carreira de várzea parou cedo e depois (que não fui profissional) tive de ir trabalhar.

Ademir Quintino: A ainda há alguns benevolentes voluntários na cidade que tentam resgatar o futebol de várzea. Sinto falta dos torneios juvenis. Dali saiam muitos talentos para os clubes. Joguei com Otacílio, Ivonaldo, que depois foram profissionais. Otacílio no EC J.Casqueiro e Ivonaldo (in memoriam) no Aliança. Hoje, acabaram com tudo. Falta apoio dos governantes

Ademir Quintino: Hoje o jovem não tem com o que ocupar a cabeça e poderiam ser aproveitados em times de várzea e de futsal

JA: Vamos falar um pouco sobre sua paixão, o Santos Futebol Clube, como foi pisar no gramado da vila (como cronista) pela primeira vez?

Ademir Quintino: Demorou pra cair a ficha. Minha carreira começou em rádio comunitária em 97 nas extintas Rádio 99 do Claudinho Barazal e sintonia do Jardim Casqueiro onde eu morava. Logo fui para a Rádio cacique Jovem Pan e em 97 mesmo estreei num Santos x Internacional. Eu fazia a cobertura dos times adversários. Fui eleito repórter revelação em 1998 e melhor repórter de rádio pela ACESAN (Associação dos Cronistas Esportivos de Santos) no ano seguinte. Foi tudo muito rápido. A sensação de pisar no gramado como cronista não foi tão impactante por que o meu desejo mesmo era pisar ali como jogador profissional e isso não consegui. Mas Deus sabe o que faz.

Ademir Quintino: Minha estreia foi num Portuguesa Santista x Ituano em Ulrico Mursa. Depois de alguns jogos como fui bem, passei a ser o segundo repórter nos jogos do Peixe.

JA: Fizemos a cobertura da Taça Cidade de Cubatão (Veteranos) este ano, e o Nova Aliança caiu nas semifinais, a sua torcida é apaixonante, eles vivem o clube, né?

Ademir Quintino: A torcida mais fanática da cidade é a do Aliança. Isso é irrefutável. Clube tradicional que tem quase 40 anos de existência. Infelizmente, paramos na semifinal. Mas a campanha foi bonita. A comunidade do Nova República vive intensamente os jogos do time.

Leonardo: JA: Ademir, vamos falar sobre os seus voos mais altos, você fez parte do time da Fox Sports e da Esporte Interativo, hoje TNT SPORTS. Cara, como isso aquilo tudo? Você trabalhou com o Benja, Ale Oliveira e Sormani, foi um sonho realizado?

Ademir Quintino: Na Fox eu ia de convidado. Estive no Esporte Interativo por três anos. Sabia que minha hora ia chegar e chegou. Sem nunca pedir nada pra ninguém. Após ganhar três prêmios da ACEESP (Associação dos cronistas esportivos de São Paulo), a TV me descobriu e foi bom enquanto durou, o +90 (Programa Esportivo) no Esporte Interativo foi um sucesso. Uma pena que o canal acabou. Hoje existe uma produtora de conteúdo sem um canal. Uma lástima.

Leonardo: JA: Sua vontade era de permanecer com a Tnt Sports? Ou enxergava que seu ciclo ali, estava encerrado?

Ademir Quintino: Entrou um novo chefe de elenco e ele fingia gostar de mim, mas me queria longe. Talvez quisesse que fosse o único negro que brilhasse lá fosse ele. Não adianta ficar num lugar que a chefia não deseja mais. Nem entrei na justiça e poderia. Guardo boas lembranças’

JA: Durante sua passagem na televisão, qual foi a maior transmissão que você considera ter feito? Aquele jogo inesquecível?

Ademir Quintino: O primeiro. Santos x Kenitra, amistoso em janeiro de 2017 no Pacaembu. Eu, André Henning e Mauro Betting. O terceiro dia mais feliz da minha vida.

JA: E no rádio, qual você considera?

Ademir Quintino: Vitória x Santos – final da Copa do Brasil 2010 em Salvador. Foi a primeira viagem de avião do meu filho e ele foi comigo pro Barradão. Ele fez aniversário no dia seguinte da conquista. Comemoramos muito dentro do campo encharcado e eu fazendo entrevistas rsrs

JA: Com aquele esquadrão do Santos, era só alegria! rs Você entrevistou diversos jogadores famosos ao longo da carreira, teve algum que você se decepcionou quando o entrevistou?

Ademir Quintino: Decepção? Só como Jogador. Entrevistando não. Eu sempre fui muito profissional. Perguntava e a pessoa respondia. Malas e pessoas maravilhosas temos em todas as profissões.

JA: Ademir, vamos de bate pronto agora?

Ademir Quintino: Bora!

JA: Pelé?

Ademir Quintino: Único.

JA: Saúde no Brasil?

Ademir Quintino: Atrasada

JA: Racismo?

Ademir Quintino: Existe. Deram a liberdade aos negros, jamais a igualdade.

JA: Família?

Ademir Quintino: Vivo para eles, principalmente para meu único filho!

JA: Juventude?

Ademir Quintino: Eu vivi melhor dos que os jovens de hoje.

JA: Por fim, Ademir, qual a pergunta que você gostaria que eu tivesse feito e eu não fiz?

Ademir Quintino: Qual o meu maior desejo hoje? rs

JA: Qual seu maior desejo hoje?

Ademir Quintino: Ver meu filho estrear no profissional e brilhar com a camisa do SFC.

Leonardo: Pra encerrar… Ademir Quintino, o que é a vida?

Ademir Quintino: Sorrir, ser feliz e torcer para o Santos, o embaixador do mundo rs

JA: Obrigado! E assim finalizamos o terceiro episódio da temporada do Gente que acontece. Ademir, obrigado por sua paciência, humildade e seu alto astral. Sucesso!

Ademir Quintino: Tamo junto! Sucesso querido.

Ademir Quintino: Abraços.

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