04 de julho de 2025
Educação e economia circular ganham destaque nas expectativas para a COP30

A valorização da educação como ferramenta de transformação social, o protagonismo dos países tropicais e o acesso equitativo a meios sustentáveis estão entre os temas prioritários para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece em novembro, em Belém (PA).
As expectativas foram debatidas durante a live Circular Talks Embaixadores, promovida pelo Movimento Circular, com o tema Policrise e a pegada ambiental. Especialistas defenderam um olhar mais amplo sobre a economia circular, com foco na inclusão social, inovação e governança participativa.
Flavio Ribeiro, doutor em Ciências Ambientais pela USP e um dos embaixadores do Movimento Circular, destacou a importância do recém-lançado Plano Nacional de Economia Circular (maio de 2025) como ferramenta de gestão de carbono e transformação social. “É preciso enxergar o consumo como um privilégio. Falar em consumo sustentável é também falar de escolhas e de inclusão. Educação, inovação e cultura devem orientar comportamentos em direção à circularidade”, afirma.
Para a doutora em Engenharia Ambiental Isabela Bonatto, a COP30 será uma oportunidade de o Brasil demonstrar suas contribuições no cenário climático global. “A conferência deve refletir a pluralidade dos contextos sociais e equilibrar pressões econômicas com as realidades locais”, explica.
Sueli Angelo Furlan, especialista em educação socioambiental e professora da USP, reforçou a importância da mobilização da sociedade civil. “Historicamente, são os movimentos sociais que impulsionam compromissos mais ousados por parte dos governos. Que isso se intensifique com a COP acontecendo no Brasil”, defende.
Já o designer Christian Ullmann ressaltou o simbolismo de a conferência ocorrer em Belém, no coração da Amazônia. “A região é referência em práticas sustentáveis e culturas circulares entre povos originários. Isso precisa estar no centro do debate global”, conclui.