Fase 2:
•Maior compreensão sobre corpo, amizade e respeito.
•Primeiros conceitos de puberdade.
•Conversas sobre diversidade, convivência e igualdade de gênero.
•Noções mais claras de privacidade.
Conforme falamos sobre a educação sexual que começa desde o primeiro dia de vida, percebemos que, com o tempo, a necessidade do assunto e a forma de falar sobre ele vão mudando. Por isso, é fundamental buscarmos informação para não criar tabus, pois o silêncio pode causar danos. É muito perigoso a criança não conhecer os próprios limites, os limites do colega, a importância do respeito e as modificações que acontecem no corpo.
É importante conversar com os meninos sobre as mudanças no corpo das meninas e com as meninas sobre as mudanças no corpo dos meninos. Respeito é a base. Por exemplo: a menstruação não deve ser tratada como surpresa ou tabu, mas sim como algo natural que precisa ser explicado.
Na fase intermediária da infância (7 a 10 anos), falamos sobre o corpo, a importância das transformações, os primeiros sinais da puberdade (como o crescimento dos seios, a menstruação no caso das meninas e o surgimento de pelos no corpo). Alguns começam a notar pelos nas axilas, na região íntima ou até no rosto, enquanto outros ainda não apresentam mudanças. É essencial reforçar que cada corpo tem seu tempo, e que essas diferenças não diminuem ou aumentam o valor de ninguém.
É igualmente importante lembrar que as crianças não devem ser sexualizadas. Ter pelos, início de mudanças físicas ou o desenvolvimento de algumas características do corpo não significa maturidade sexual. Cabe aos adultos protegerem a infância, respeitando a idade de cada criança e explicando essas transformações de forma natural e saudável.
Nessa fase também é necessário falar sobre diversidade, igualdade de gênero, ideologias e respeito. A noção de privacidade deve ser construída, como: trocar de roupa em um ambiente reservado, fechar a porta do banheiro, bater antes de entrar em um cômodo. Se houver desconforto em determinadas situações (como os pais trocarem de roupa na frente dos filhos), isso deve ser respeitado.
Também precisamos ensinar autonomia e autocuidado: a criança deve aprender a cuidar da própria higiene (banho completo, escovação dos dentes, lavar bem as partes íntimas). Isso fortalece a ideia de que o corpo é dela, e ela tem responsabilidade sobre ele.
Outro tema essencial é o consentimento. A criança deve entender que pode dizer “não” para abraços e beijos quando não quiser, e também que deve respeitar o “não” dos outros. Essa noção protege contra abusos e fortalece o respeito mútuo.
No mundo atual, não podemos esquecer da internet e da mídia. Muitas crianças nessa faixa etária já têm contato com celulares, YouTube ou jogos online. É importante orientar que nem tudo que aparece na internet é verdade, que fotos do corpo nunca devem ser compartilhadas e que, se algo estranho acontecer, devem procurar um adulto de confiança imediatamente.
Além disso, é um momento de cuidar da autoestima e dos sentimentos. É comum nessa idade surgirem comparações entre os corpos. Precisamos ensinar que cada corpo tem seu ritmo e que não existe certo ou errado nesse processo.
Por fim, é fundamental abordar a prevenção de violências. Ensinar que ninguém pode tocar em suas partes íntimas sem necessidade e explicar o que significa necessidade, como uma consulta médica acompanhada pelos pais. Reforçar também que, se isso acontecer, a criança deve contar imediatamente e entender que a culpa nunca é dela.
Quando construímos um espaço de diálogo algo que muitos de nós não tivemos, criamos uma relação em que os filhos se sentem à vontade para procurar os pais, mesmo com medo. Assim, conseguimos orientar da melhor forma.
Cada conversa deve levar em conta a idade e o nível de maturidade da criança. Não devemos adiar nem negar os fatos, mas falar com clareza, respeito e amor, porque essa é a consequência natural da vida acontecendo.
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