28 de abril de 2023
Emoção no sepultamento de Ana Flavia
Sob forte emoção, orações e protestos foi sepultado neste sábado, 29, o corpo da atendente de farmácia Ana Flavia. Ela foi assassinada na última quinta-feira, 27,
___________________________________________
Acontece as 9 horas da manhã deste sábado, dia 29, no Cemitério Rio Branco, em São Vicente, o velório de Ana Flávia, assassinada nesta quinta-feira enquanto trabalhava na Farmácia do Chico, Vila Nova em Cubatão. O sepultamento está previsto para as 11 horas. Ela era funcionária da farmácia, há cerca de 20 anos, por isso o clima é de desolação no referido comércio que anunciou que se manterá fechado nos próximos dias. O caso foi registrado como homicídio na DDM – Delegacia de Defesa da Mulher de Cubatão, que registrou pericia.
Criminoso está foragido
O suspeito trabalhou como segurança da farmácia, há cerca de cinco anos (foto circula nas redes sociais da cidade) e a polícia está a procura dele que entrou na farmácia e disparou dois tiros, à queima roupa, nesta quinta-feira, 27. Os disparos foram feitos dentro do estabelecimento, à tarde, em pleno horário de atendimento. Na sequência, o ex-segurança fugiu de carro e continua foragido – até a última atualização desta matéria.
Embora a motivação do crime ainda seja investigada, Acontece apurou que o criminoso intensificou a perseguição e ameaças à atendente nas últimas semanas, o que caracterizaria o crime de feminicídio.
Depois dos disparos, um deles no rosto, a vítima foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Emergência – SAMU. Ela chegou viva ao Pronto Socorro Municipal, onde os profissionais se empenharam em salvar sua vida, mas o óbito foi declarado por volta das 17:30h.
Ataques contra mulheres aumentam
No dia 04 de abril de 2022: Ana Paula Trajano, de 22 anos também foi vitima de crime semelhante, na Vila Natal, quando trabalhava na Unidade de Saúde Mário Covas. Em apenas um ano, duas jovens mulheres, mães, trabalhadoras foram covardemente assassinadas, durante expediente de trabalho em Cubatão, em casos de repercussão nacional.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública revela que em 80% dos casos de feminicídio o autor é parceiro ou ex-parceiro da vítima.
Em 2022, todas as formas de violência contra a mulher aumentaram em nosso território. Pesquisa do Instituto Datafolha, realizada a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entre os dias 9 e 13 de janeiro deste 2023 concluiu que, em 2022, todo dia, cerca de 50 mil mulheres sofreram algum tipo de violência.
As vítimas preferenciais são as mulheres pretas, com 48% delas afirmando ter sofrido algum tipo de violência ao longo da vida, número significativamente superior aos 33% da população em geral. Entre mulheres com escolaridade até o ensino fundamental, essa taxa chegou a 49%; das mulheres com filhos, a 44,4%; das divorciadas, a 65,3%, e das que estão na faixa etária entre 25 e 34 anos, a 48,9%.
Um terço das brasileiras já sofreu algum episódio de violência física ou sexual, pelo menos uma vez na vida. O índice é superior ao registrado globalmente (27%), segundo levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2021. O número de mulheres brasileiras que já sofreram violências psicológicas é de 43%.
Subnotificação
Cerca de 45% das mulheres agredidas não pediram ajuda de nenhum tipo, 38% acreditam resolver o problema sozinhas e 21,3% declararam que não denunciaram por não confiarem na polícia. A maior parte das que pediram ajuda o fizeram para familiares e amigos, sem notificação oficial.