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29 de agosto de 2022

Empresas comunicam ESG, mas poucas dialogam com a sociedade civil

 | Jornal Acontece

O ESG (Environmental, social and Governance) pode ser traduzido por meio ambiente, social e governança, é uma das siglas mais faladas no ambiente digital e corporativo nos últimos anos. Mas de que forma o ambiente digital reflete a dimensão de importância que esse conceito traz atualmente? Para entender essas e outras questões, o estudo Dissonâncias do ESG com a sociedade civil realizado pela LLYC analisou, entre o período de 2019 a 2021, mais de 3 milhões de menções em redes sociais, blogs e sites sobre o tema, incluindo a análise da conversação sobre ESG das 100 maiores empresas brasileiras listadas pela Revista Exame (2021). O objetivo é entender de que forma a conversação em ESG avança e impacta a sociedade civil em um movimento de transição ao capitalismo verde e consciente. 

 

 

O estudo é o primeiro realizado utilizando o recurso Big Data e mostra como o assunto ESG está sendo discutido nas redes sociais das principais empresas e da sociedade civil. Traz ainda, avanços importantes e de impacto na recuperação da confiança da imprensa e do seu papel social, diante da proliferação das fake news nos últimos três anos.

 

 

A análise mostra que os principais influenciadores no tema não possuem a mesma atividade em redes mais democráticas, como o Twitter, e focam sua comunicação no LinkedIn, conversando quase que exclusivamente com o setor empresarial. Ao também não possuírem perfis oficiais em outras redes, as companhias conversam apenas com seus pares e mantém uma comunicação difusa em seus sites ao diluir o ESG em outras seções, como a de Negócios, Recursos Humanos, Comunicação Corporativa e Sustentabilidade. 

 

 

“Este é um dado importante, porque mostra como estamos, sem perceber, conversando com nossa “bolha digital”, tanto de forma pessoal como profissional, e é, acima de tudo, um alerta para repensarmos nossa comunicação nas redes. A pandemia trouxe muitas reflexões e novas demandas da sociedade civil, ao mesmo tempo que vimos o tecido social se esgarçar, com a desconfiança da sociedade em governos e empresas. Neste momento de recuperação da confiança, é muito importante que a comunidade empresarial entenda que precisa ir além da sua bolha digital, além da dimensão do negócio, reorientando sua conversação e avançando num diálogo legítimo, de alcance a sociedade civil, de forma mais transparente e entendível”, diz Anatricia Borges, Diretora Brasil de ESG da LLYC.

 

 

Além disso, em uma breve comparação com os EUA, o estudo mostra que, no Brasil, a conversação em ESG está em ascensão no Linkedin, mas se mantém concentrada num diálogo entre empresas e influenciadores da rede, sem conexão relevante com outros setores da sociedade civil. Para se ter uma ideia, em 2021, os Estados Unidos obtiveram um volume de menções 453,09% maior sobre ESG do que no Brasil, impulsionadas por personalidades e influencers de diferentes segmentos da sociedade, como os de política, esportes e artes. Já no Brasil, a conversação se manteve restrita à esfera digital empresarial, de escolas de negócio e de influencers na rede profissional, mas de forma irrelevante no Twitter, que tem maior alcance e engajamento da sociedade civil.

 

 

Thyago Mathias, diretor-geral na LLYC Brasil, aponta que é um momento de transição de conhecimento contínuo, e que é preciso pensar como a gestão ESG está sendo conduzida e com a responsabilidade necessária. Como uma consultoria de atuação global, a LLYC tem como demanda produzir e compartilhar conhecimento sobre um tema que é urgente. A partir de estudos como esse, queremos propor a reflexão e criar insumos para se pensar o assunto junto a sociedade civil para que toda transformação ocorra de forma autêntica e consciente.

 

 

O estudo revela, ainda, avanços importantes e de impacto na recuperação da confiança da imprensa e do seu papel social, diante da proliferação das fake news nos últimos três anos. Para Sonia Consiglio, especialista em sustentabilidade, SDG Pionneer pelo Pacto Global das Nações Unidas e colunista do Valor Investe, “trata-se de um novo capitalismo”. Sustentabilidade é uma condição para competir”, afirma.

 

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