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10 de setembro de 2024

Entenda como as eleições nos EUA podem impactar na conquista do Green Card

 | Jornal Acontece

Há pouco menos de dois meses para o início das eleições nos EUA, marcada para o dia 5 de novembro, surgem dúvidas em relação aos impactos que republicanos ou democratas podem causar na emissão de Green Cards, documento que permite a estrangeiros trabalharem e viverem no país livremente, quando um dos partidos assumir a cadeira presidencial.

 

Apesar de visões econômicas e sociais diferentes, republicanos e democratas entendem a necessidade de importar trabalhadores, especialmente em áreas estratégicas, para impulsionar o crescimento do mercado nos EUA.

 

Ao contrário de políticas mais rígidas em relação a imigrantes ilegais, em junho, Donald Trump afirmou no podcast All-In, conduzido por investidores do Vale do Silício, que os EUA precisam reter mais trabalhadores estrangeiros altamente qualificados para o mercado de tecnologia. Quando o empresário Jason Calacanis perguntou: “Você pode nos prometer que nos dará mais capacidade de importar os melhores e mais brilhantes do mundo para a América?”, Trump respondeu: “Eu prometo”.

 

“Eu concordo, caso contrário eu não prometeria. Você se forma em uma faculdade, acho que você deveria receber automaticamente, como parte do seu diploma, um Green Card para poder ficar neste país, e isso inclui também faculdades comunitárias”, concluiu o candidato à presidência.

 

Segundo Wagner Pontes, fundador e CEO da D4U Immigration, o setor de tecnologia foi o segundo segmento (18%) que profissionais brasileiros mais conseguiram conquistar o Green Card ao longo deste ano, atrás apenas da área de saúde com 23%. Completam a lista engenheiros, com 17%, e profissionais de administração de empresas, com 16%, apontam dados da empresa de assessoria imigratória que presta serviço para brasileiros que queiram residir nos EUA e Dubai.

 

Em 2019, Trump já havia criado um projeto de lei para ampliar em até três vezes o número de Green Cards que tem como critério a carreira do candidato, aumentando a proporção da imigração de profissionais qualificados de 12% para 57%.

 

A outra pré-candidata, Kamala Harris, é filha de imigrantes: tem mãe indiana e pai jamaicano. Já como vice-presidente de Joe Biden, foi responsável por liderar gastos bilionários para responder às causas da migração e criar oportunidades econômicas, como trazer incentivos para startups e pequenas empresas, além de facilidades para obtenção de vistos de trabalho para profissionais qualificados.

 

Sob seu comando, no último ano, o governo americano também realizou movimentos para incentivar a contratação de profissionais especializados em Inteligência Artificial nos Estados Unidos. Decisão que tem embasamento: Pesquisas recentes indicam que os imigrantes fundaram ou cofundaram 65% das empresas de IA nos Estados Unidos.

 

Viver no exterior tem se tornado o desejo de muitas pessoas, visando oportunidades de carreira, qualidade de vida, segurança e educação. Atualmente há mais de 4,9 milhões de brasileiros morando mundo afora, apontam dados do Ministério das Relações Exteriores. Os EUA são o país de preferência, com cerca de 2,085 milhão de pessoas. As regiões de Nova York, com 500 mil, seguida por Boston (420 mil), Miami (400 mil), Orlando (190 mil) e Atlanta (120 mil) são os distritos que mais vivem brasileiros no país.

 

Recentemente os EUA registraram o maior pico de estrangeiros em cem anos, segundo o Departamento do Censo dos Estados Unidos, chegando ao equivalente a 13,7% da população total de 328,5 milhões de habitantes. “Os latino-americanos representam cerca de 39% da população estrangeira nos EUA. Do universo total de estrangeiros, 45% chegaram ao país com o ensino superior completo, um número 15% maior do que as taxas registradas nos anos 2000”, diz Wagner Pontes.

 

Segundo ele, uma das formas de se conseguir a permissão permanente para morar nos EUA é, justamente, por meio do visto EB-2 NIW, oferecido aos profissionais qualificados. ”Esse é um processo baseado no interesse nacional dos Estados Unidos de ter profissionais estrangeiros contribuindo e atuando no mercado de trabalho americano em determinados cargos estratégicos como engenheiros, profissionais da saúde e advogados”, completa o especialista.

 

Durante o último mês, os americanos adicionaram, apenas no setor de saúde, mais 48.600 empregos, segmento que registrou o maior número de Green Cards para brasileiros, como médicos, enfermeiros, profissionais de estética entre outros, segundo dados da D4U Immigration. A remuneração desses profissionais, que pode variar dependendo de cada estado, chega a US$43 por hora ou cerca de US$8 mil mensais, em Nova Iorque, conforme relatório da Indeed.

 

Residência permanente nos EUA através do trabalho:

 

E como funcionam os diferentes formatos de vistos para quem deseja residir de forma permanente e trabalhar em uma companhia americana? Os brasileiros interessados precisam se enquadrar em uma das seguintes categorias:

 

EB-1: Habilidades extraordinárias. São para profissionais de destaque e que possuem reconhecimento nacional ou internacional em diversas áreas, como: ciências, educação, artes, negócios ou esporte. O EB-1 não exige uma oferta de trabalho ou empregador.

 

EB-2: Habilidades excepcionais. Essa modalidade de visto é voltada para profissionais com carreiras bem-sucedidas e consideradas pelo governo acima da média. O candidato ao visto precisa demonstrar uma capacidade excepcional no segmento da sua área. Vale ressaltar que, nesse caso, ele precisa ter uma empresa sendo sua sponsor, ou seja, que ofereça a vaga e salário correspondente ao cargo aplicado.

 

EB2-NIW (National Interest Waiver): Nesse caso, o visto pode ser adquirido com base no histórico profissional e acadêmico. O candidato precisa ter um diploma de graduação superior (bacharelado), mais cinco anos de experiência, ou certificado de curso técnico com dez anos de experiência, ou ainda ter mestrado, doutorado e PHD em sua área de atuação, dispensando assim o tempo de experiência.

 

EB-3: Esse visto também leva ao Green Card, mas ele é aprovado aos candidatos que têm uma oferta de trabalho nos EUA. Todo o processo é feito pela empresa que tem interesse no funcionário e só no final o candidato escolhido é apresentado à imigração. A vantagem desse visto é que, por ser bem amplo, ele pode ser utilizado em diversas categorias profissionais, com requisitos bem diferentes – desde o graduado com nível acadêmico até o trabalhador com qualificações limitadas.

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