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27 de julho de 2018

Festival de Joinville

Uma locomotiva artística chamada Cia. de Dança de Cubatão

Companhia cubatense é escolhida a mais importante equipe do Festival de Joinville e retorna com todas as coreografias premiadas. A cubatense Yasmin Mattos é eleita melhor bailarina do Festival

O que parecia impossível, a Cia. de Dança de Cubatão foi lá fez. Como uma locomotiva que avança e conquista espaços, a equipe retorna do maior festival de dança do País com o prêmio especial de melhor grupo do Festival de Joinville, em Santa Catarina. Obteve prêmios em todas as categorias em que competiu, ocupando o seleto lugar de companhias que realizaram tal feito em 36 anos de festival. E mais: a cubatense Yasmin Mattos recebeu o título de melhor bailarina, sendo aclamada por suas brilhantes participações. Zeca Rodrigues recebeu a indicação de melhor coreógrafo. Os resultados saíram na noite desta quinta-feira (26).

“É inacreditável viver tudo isso aqui em Joinville. A Cia. de Dança de Cubatão ser aclamada o melhor grupo de todo o festival, que reúne artistas incríveis do Brasil e do exterior, é algo extraordinário! Estamos imensamente felizes com esse resultado, que é a soma de muito empenho, esforço e de todos os outros prêmios que recebemos. Somos só gratidão neste dia!”, diz Vanessa Toledo, diretora artística da Cia.

O prêmio especial surge de indicações da curadoria do Festival e dos jurados, que levam em conta a performance das equipes. O destaque é dado àqueles que obtiveram um desempenho muito acima da média durante as apresentações – o que vale para grupos e bailarinos. Além do troféu, recebem prêmios em dinheiro.

Além dos especiais, a Cia. de Dança retornará para casa com quatro classificações: ouro que valeu o bicampeonato na categoria conjunto jazz avançado com “Além daqui…”, de Zeca Rodrigues; ouro em solo contemporâneo sênior com “Mais do que palavras”, uma criação de Claudionor Alves interpretada por Yasmin Mattos; 2º posição em solo contemporâneo sênior com “Em silêncio…”, de Flávia Sá, também dançado por Yasmin; e o 3º lugar desta quinta-feira (26) com “Apenas…”, também de Flávia Sá.

Esta última participação da Cia. disputou a categoria duo contemporâneo sênior e já era uma aposta da equipe. A mesma coreografia conquistou ouro em Nova York no ano passado, durante o Festival Internacional Valentina Kozlova. Intimista, a montagem versa sobre a condição e convívio humanos. “Flávia Sá sempre imprime sua marca de maneira eficaz nos movimentos dos bailarinos. São danças afetuosas e fortes, tudo ao mesmo tempo. Com certeza, foi isso que cativou a todos aqui no Brasil e nos EUA também”, afirmou Vanessa. A diretora destaca, também, a performance do casal de bailarinos. Jey Santos é um dançarino de grande maturidade artística, apesar de jovem. E Yasmin Mattos fecha a participação em Joinville de maneira grandiosa com mais essa classificação.

Em Santa Catarina foram montagens de diferentes coreógrafos, porém Vanessa destaca o trabalho contínuo do coreógrafo residente da Cia., no sentido de ser um incansável incentivador. “O Zeca Rodrigues é um artista já premiado aqui em Joinville com a Cia. e outras equipes paulistas que faz parte. É filho de nossa terra e, desde o tempo do grupo Espaço Inverso, busca a valorização da dança e dos bailarinos”, completa afirmando que sem a equipe técnica por trás da cena como o produtor André Santos, seria impossível conquistar resultados tão significativos.

“Todos os prêmios que a Cia. de Dança de Cubatão conseguiu reunir em uma só edição do Festival de Joinville são fantásticos e, com certeza, marcos para a dança regional. Poucas equipes no Brasil colheram resultados positivos dessa forma. É um orgulho para a nossa região ter uma companhia escolhida como a mais importante de Joinville, premiada duas vezes seguidas com 1º lugar no maior festival de dança do mundo”, disse Juliana Luiz, vice-presidente da Associação de Dança do Litoral Paulista, a Adalpa.

Juliana lembra que a seletiva para participar do Festival já é acirrada e, por isso, somente os melhores competem no imenso palco do Teatro Cau Hansen. Ela ainda destaca o crescimento e amadurecimento técnico do grupo cubatense ao longo desses anos, competindo desde 2011 em terras catarinenses: “É mais do que merecido”, completou.

A vice-presidente ainda destaca a participação de outros grupos da Baixada Santista na competição catarinense: Ballet Eliana Marques (Guarujá), Studio de Dança Cyntia Riggo (Períbe), Lapidari Cia. de Dança (Praia Grande), Baixada Hip Hop e Corpo de Baile Infantil da Escola de Bailado Municipal (Santos), Balé Jovem de São Vicente, Balé da Cidade e Foco em Dança (São Vicente).

A mais importante bailarina do Festival – A participação impecável de Yasmin Mattos em todas as coreografias classificadas da Cia., sendo duas delas em 1º lugar, rendeu-lhe o prêmio de Melhor Bailarina do Festival Internacional de Dança de Joinville. Aos 21 anos de idade, a cubatense é formada em balé pela Escola Técnica de Música e Dança de Cubatão (ETMD) e há 7 anos integra o elenco da Cia. de Dança de Cubatão. Também faz parte do Grupo Palco e Cia., que pertence à ETMD.

“Eu me lembro da primeira vez que estivemos em Joinville e a Yasmin havia acabado de ingressar na Cia. Ela era menor de idade e, para viajar, precisou da autorização dos pais. Hoje, essa artista maravilhosa está aqui, uma mulher incrível, brilhando no palco principal do Festival”, orgulha-se a diretora artística da Cia. A premiação não é fruto somente destas performances, mas de uma vida dedicada à dança.

Noite dos campeões – Apesar de todas as dificuldades – este ano a Cia. realizou oficinas e mostras coreográficas para arrecadar verba para a viagem e, ainda assim, precisou contar com a ajuda da Prefeitura de Cubatão e de patrocinadores – a equipe volta ao palco principal de Joinville neste sábado (28) interpretando as duas coreografias que receberam 1º lugar. Porém, desta vez, sem a pressão da disputa, apenas colhendo a alegria de ser campeã.

A locomotiva artística retorna para Cubatão no domingo (29), entre serras e estradas, cortando as cidades de Santa Catarina, Paraná e do sul paulista, e segue transformando energia em dança e vitórias nos mais preciosos metais.

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