06 de dezembro de 2021
Não há motivo para pânico, diz OMS sobre variante Ômicron
Embora primeiros indícios apontem para maior transmissibilidade, autoridades pedem calma, e dizem que vacina continua sendo importante para evitar internações e óbitos.
Embora as evidências científicas até o momento apontem que é mais transmissível, a nova variante Ômicron do coronavírus não deve ser motivo de pânico, afirmou Soumya Swaminathan, cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta sexta-feira (3).
Identificada primeiramente na África do Sul, a Ômicron já está presente em mais de 20 países, de acordo com a OMS, que classificou a cepa como “variante de preocupação”. O que já se sabe sobre a variante, diz a infectologista Ana Helena Germoglio, é que a Ômicron possui um alto número de mutações, sendo que a maioria dessas modificações ocorre na proteína spike do coronavírus. Essa parte do vírus é a que se conecta à célula humana para iniciar a infecção, e na qual as tecnologias de produção de algumas vacinas se baseiam, caso da Pfizer, por exemplo.
“Aparentemente, essa quantidade de mutação que ela tem confere uma maior transmissibilidade, inclusive mais do que a Delta. A grande dúvida que a gente tem é saber se ela confere maior risco de evento grave, de internação e de óbito. Aparentemente, não”, diz a infectologista, ressaltando que ainda é cedo para qualquer tipo de certeza.
Até agora, não há registro de nenhuma morte no mundo em decorrência da nova variante. No Brasil, o Ministério da Saúde confirma cinco casos: três em São Paulo e dois no Distrito Federal. Por isso, as autoridades de saúde pedem calma. “A gente precisa ter respeito. As outras medidas continuam sendo efetivas da mesma forma. A gente está vendo alguns hospitais com aumento de demanda, talvez seja justamente pelo pânico da população. E agora não faz sentido a gente criar pânico”, garante a infectologista.
Em resposta à chegada da variante ao Brasil, o Ministério da Saúde montou uma sala para monitorar o cenário epidemiológico e planejar as medidas para conter o avanço da Ômicron. Além dos três casos confirmados, a pasta afirma que oito ocorrências estão sob investigação, sendo uma em Minas Gerais, uma no Rio de Janeiro e seis no DF.
Em coletiva nesta quinta-feira (2), o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, afirmou que o órgão tem acompanhado a variante de perto. “Nós temos reforçado cada vez mais o aumento da vigilância genômica, que é extremamente importante como instrumento para o monitoramento do padrão da circulação das variantes. Nós já adquirimos sequenciadores genéticos para todos os estados do país. Esse é um dos exemplos do esforço do nosso ministério para aumentarmos a vigilância genômica”, afirmou.
É por meio do sequenciamento genômico que as autoridades de saúde conseguem descobrir quais variantes do novo coronavírus estão em circulação no país, incluindo aquelas que ameaçam se espalhar, e tomar medidas a partir dessas informações.
A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou que a partir desta sexta vai atualizar a situação da Ômicron no Brasil junto ao informativo tradicional de casos e óbitos por Covid-19.
Dados da Covid-19
De acordo com o Ministério da Saúde, mais 2,8 milhões de doses da vacina da Janssen contra a Covid-19 chegaram ao Brasil, nesta sexta-feira (3). Desde o início da campanha de imunização, 90% dos brasileiros já tomaram a primeira dose do imunizante. Já completaram o esquema vacinal 140,5 milhões de pessoas, quase 80% do público-alvo, segundo a pasta.
Nesta sexta, o Brasil registrou mais 10.627 casos e 221 óbitos por Covid-19, de acordo com o balanço mais recente do Ministério da Saúde. Desde o início da pandemia, mais de 22,1 milhões de brasileiros foram infectados pelo novo coronavírus.
O Rio de Janeiro ainda é o estado com a maior taxa de letalidade entre as 27 unidades da federação: 5,13%. O índice médio de letalidade do País está em 2,78%.
Taxa de letalidade nos estados
- RJ – 5,13%
- SP – 3,47%
- AM – 3,21%
- PE – 3,16%
- MA – 2,82%
- PA – 2,77%
- AL – 2,63%
- GO – 2,62%
- CE – 2,59%
- PR – 2,58%
- MS – 2,55%
- MG – 2,55%
- MT – 2,50%
- RS – 2,42%
- RO – 2,38%
- SE – 2,17%
- PI – 2,17%
- BA – 2,17%
- DF – 2,13%
- ES – 2,12%
- AC – 2,10%
- PB – 2,07%
- RN – 1,96%
- TO – 1,68%
- SC – 1,62%
- AP – 1,61%
- RR – 1,60%
Os números têm como base o repasse de dados das Secretarias Estaduais de Saúde ao órgão. Acesse as informações sobre a Covid-19 no seu estado e município no portal brasil61.com/painelcovid.
Fonte: Brasil 61