11 de agosto de 2025
Paciente relata espera por cirurgia e complicações causadas por endometriose

Uma moradora de Cubatão denuncia a demora na realização de uma cirurgia indicada para tratar endometriose profunda e aderência entre a bexiga e o útero, condição que vem provocando crises recorrentes de hemorragia ao longo dos anos.
Segundo a paciente, os sintomas começaram há vários anos, com episódios frequentes de sangramento intenso. “Eu ia ao hospital ou à UPA, recebia medicação e era liberada. Já cheguei a ser internada e até passei por uma curetagem para estancar o sangramento”, contou.
Em 2022, após uma série de exames realizados no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, veio o diagnóstico de endometriose profunda e a confirmação da aderência de bexiga com o útero. A médica responsável concluiu o tratamento inicial e encaminhou a paciente ao Hospital dos Estivadores para a retirada do útero.
No entanto, ao chegar à unidade, o médico responsável decidiu não realizar o procedimento, alegando que a paciente era “muito jovem” — na época, ela tinha 32 anos, já havia feito laqueadura e era mãe de três filhas. Desde então, o acompanhamento passou a ser feito no PAMO de Cubatão, com a medicação prescrita pelo Guilherme Álvaro.
Nos últimos anos, as crises de hemorragia se repetiram, mas de forma moderada. No entanto, no dia 29 de julho deste ano, um novo episódio começou e evoluiu rapidamente. “Achei que seria uma crise fraca, mas o fluxo aumentou muito, com coágulos. Procurei a UPA e o Pronto-Socorro Central, mas sempre era medicada e liberada”, relatou.
A situação se agravou no dia 4 de agosto, quando a paciente chegou à UPA extremamente fraca. Os médicos constataram pressão arterial baixa e exames alterados, com hemoglobina em 6 g/dL, o que exigiu transfusão de sangue. Ela foi transferida para o Pronto-Socorro, onde permanece internada para acompanhamento.