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10 de setembro de 2024

Pesquisa inédita em Guarujá busca reduzir mortalidade infantil

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Guarujá vem enfrentando uma situação alarmante na saúde pública: a mortalidade infantil. Com uma taxa de 17,2 óbitos por 1.000 nascidos vivos em 2022, o município registrou a segunda maior taxa do país, de acordo com o IBGE. Esse índice preocupante reflete não apenas as condições socioeconômicas da região, mas também os riscos ambientais relacionados à intensa atividade industrial portuária local.

 

Em resposta a esses desafios, um estudo da Unoeste em Guarujá, liderado pela docente Dra. Maíra Malta, busca identificar os determinantes precoces que impactam na mortalidade, déficit de crescimento e atraso no desenvolvimento infantil no primeiro ano de vida no município. “Nossa pesquisa visa investigar como fatores ambientais, socioeconômicos, nutricionais e de saúde materno-infantil contribuem para esse cenário preocupante”, explica a professora.

 

Iniciado em abril de 2024, o estudo intitulado “Coorte de Nascimentos Guaru-yá” já conta com a presença de 950 mães e bebês e está sendo realizado em parceria com o Hospital Santo Amaro onde cerca de 90% dos bebês da rede pública de saúde da cidade nascem, e na Casa de Saúde, um hospital particular.

 

Até o momento, 530 bebês foram avaliados com um mês de idade e outros 200 aos 3 meses. No início de novembro, o estudo começará as avaliações dos 6 meses, e para agradecer a participação das mães, serão entregues pacotes de fraldas a cada uma. Para apoiar essa iniciativa, foi lançada uma campanha de arrecadação de fraldas em parceria com a Liga de Pediatria da UNOESTE.

 

Além disso, a pesquisa já garantiu bolsas de Iniciação Científica (IC) para três alunos e enviou seis resumos com resultados parciais para serem apresentados no Congresso Brasileiro de Pediatria, Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva e o Congresso Europeu de Nutrição Materno Infantil. Esses eventos permitirão a disseminação dos primeiros achados e a colaboração com especialistas na área.

 

Bebês serão acompanhados durante um ano

 

Durante o acompanhamento de um ano, mães e bebês serão submetidos a uma série de avaliações detalhadas. No parto, serão registradas informações sociodemográficas, de saúde, estilo de vida e história obstétrica, além da coleta de sangue do cordão umbilical para análises de metais, chumbo e mercúrio.

 

Aos 30 e 90 dias após o parto, será realizada via entrevistas telefônicas, uma averiguação das condições de saúde e alimentação da criança, acompanhadas de uma apuração da saúde mental materna. “Aos seis meses e um ano de idade, serão feitas avaliações, incluindo medidas antropométricas, práticas alimentares infantis e avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor dos bebês”, reforça Dra. Maíra.

 

Para a coleta de dados, a Universidade solicitou a utilização dos espaços dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) localizados nos bairros de Morrinhos, Santa Rosa, Vicente de Carvalho e Enseada. Além disso, o projeto contará com avaliações na ASSIPAVIC e no Espaço Saúde Humanitária.

 

Unoeste reforça compromisso

 

A pesquisa conta com as participações de 41 alunos do curso de Medicina da Unoeste, docentes, além de discentes da Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Santo Amaro.

 

“A universidade colabora fornecendo equipamentos para avaliação antropométrica, espaços físicos para as ligações telefônicas e materiais hospitalares, demonstrando seu compromisso com a pesquisa científica e a melhoria da saúde materno-infantil na região. Montamos um Grupo de Pesquisa do CNPQ para discutir temas como a logística de campo e temas da saúde materno infantil”.

 

Resultados colaborarão com o poder público

 

Os resultados deste estudo serão fundamentais para colaborar com o poder público no planejamento de ações de intervenção visando à redução do risco associado à mortalidade e distúrbios nutricionais e suas consequências na saúde materno-infantil. “Nosso objetivo é, ao longo dos trabalhos, propor ações para auxiliar na elaboração de políticas públicas para mitigar este, que é um grande problema de saúde pública em Guarujá”, conclui a docente.

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