04 de outubro de 2022
Por correção salarial, Sindest processa prefeitura
Na foto, o presidente do sindicato dos estatutários, Fábio Pimentel, na câmara, quinta-feira passada (29)
O sindicato dos 12 mil servidores municipais estatutários e 6 mil aposentados (Sindest) acionará judicialmente a prefeitura de Santos, nesta terça ou quarta-feira (4 ou 5), por reajuste salarial.
O presidente da entidade, Fábio Pimentel, explicou o motivo da ação judicial em programa ao vivo pelo Facebook e Youtube, na noite de segunda-feira (3): descumprimento de lei municipal.
Trata-se da lei complementar 1.155-2022, da câmara, sancionada pelo prefeito Rogério Santos (PSDB) em 18 de março, articulada por Fábio com a vereadora Telma de Souza (PT).
Um ano e desencanto
A lei foi aprovada por unanimidade e prevê que, até o final de setembro, Rogério negociaria com o sindicato um reajuste salarial complementar ao aplicado na data-base de fevereiro passado.
“Após quase um ano de discussões, só desencanto”, disse o sindicalista na ‘live’. E chega agora, no fim do prazo, o prefeito fala em abono de R$ 1 mil com base em produtividade!”.
Fábio lamentou que o abono, assim como o reajuste de 20% no vale-refeição de R$ 503,36 e na cesta-básica de R$ 323, proposto anteriormente e rejeitado em assembleia, não contemplam os aposentados.
Não gosta dos idosos
Essa, explicou o dirigente, é uma das ilegalidades das propostas, pois os aposentados têm direito à paridade com os servidores da ativa e à integralidade. “Infelizmente, o prefeito não gosta dos mais velhos”.
Ele argumentou que o abono é adiantamento de um reajuste futuro e que, portanto, deve ser proposto também aos aposentados. Disse ainda que a categoria não confia no prefeito.
O sindicalista explicou que a proposta de abono não foi feita ao sindicato, mas apenas comunicada aos vereadores, na semana passada, quando Rogério esteve no legislativo.
Gerontofobia e mesquinhez
Fábio ponderou que a prefeitura tem superávit de R$ 600 milhões, neste ano, e que poderia melhorar a proposta. O orçamento previsto para 2023 é de R$ 4 bilhões e 300 milhões.
Os diretores do Sindest Rogério Catarino e Carlinhos Nobre participaram do programa, mediado pelo jornalista Willian Ribeiro, e também criticaram o prefeito.
Rogério disse que ele mente e tem “aversão a idosos”. Carlinhos classificou de “mesquinho” o comportamento do chefe do executivo. E o presidente anunciou que convocará os aposentados para protestos.
‘Pec’ do cramulhão
No início da ‘live’, Fábio declarou-se preocupado com o anúncio feito pelo presidente da câmara federal, na segunda-feira (3), de que pautará a reforma administrativa para votação em plenário nos próximos dias.
A proposta de emenda constitucional (pec) 32-2020 reduz serviços públicos de saúde, educação e segurança, entre outros, além de prejudicar servidores municipais, estaduais e federais.
O presidente do Sindest lembrou que a proposta é do “cramulhão” Jair Bolsonaro e lamentou que muitos trabalhadores votem em candidatos que operam contra os interesses da população.