10 de abril de 2018
Praia de Pitangueiras
Maestro João Carlos Martins e Orquestra Bachiana retornam ao Guarujá em grande estilo
Eles retornam à Cidade um ano depois, com apresentação gratuita na Praia de Pitangueiras
Na noite deste sábado (14), a partir das 20 horas, a Praia de Pitangueiras, em Guarujá, se transformará num palco ao ar livre, para receber a apresentação da Orquestra Bachiana Filarmônica SESI-São Paulo, sob a regência do maestro e pianista, João Carlos Martins. O evento é gratuito e acontece próximo ao Restaurante Avelino’s (também apoiador do evento). A realização é da FIESP/SESI e tem o apoio da Prefeitura de Guarujá, por meio da Secretaria de Cultura.
Mas a programação terá início um pouco antes, às 18 horas, com a apresentação da Banda do Exército. Na ocasião, os militares partirão do Edifício Sobre As Ondas, envolvendo o público com sucessos como “Despacito” entre outros, até o local onde está montado o palco para o espetáculo à beira-mar do maestro e Orquestra.
Quem for assistir ao concerto deve levar sua cadeira de praia e chegar cedo, para garantir um bom lugar. A entrada é gratuita, e a Prefeitura pede a doação de 1kg de alimento não perecível (exceto sal e açúcar). Os alimentos poderão ser depositados na tenda ou van do Fundo Social de Solidariedade de Guarujá, próximos ao palco.
Além disso, a Administração Municipal já garantiu a instalação de banheiros químicos, de telões de led, e de rampas de acessibilidade, para que todos possam desfrutar e não perder nenhum momento desta grande apresentação. Outra medida é a colocação de contentores e sacos plásticos, de forma a incentivar o descarte correto do lixo, mantendo a conservação do local. Bombeiros, Polícia Militar, Guarda Civil Municipal e agentes de trânsito estarão de prontidão.
Após um ano, maestro retorna em grande estilo
Há exatamente um ano, o maestro e a Bachiana faziam sua apresentação em Guarujá. Agora retornam à Cidade, para promover um espetáculo e tanto. E diferente do ano passado, desta vez, a Bachiana se apresentará com sua formação completa.
E isso é motivo de orgulho, como expressa o secretário municipal de Cultura, Paulo Roberto Fiorotto. “Receber novamente esse espetáculo memorável é a certeza de que a gestão Válter Suman vem fazendo um excelente trabalho, tendo reconhecimento de quem é de fora. Foi uma opção dos organizadores voltarem ao Guarujá”, reforça.
A Bachiana é formada por 65 músicos, sendo a maior orquestra de iniciativa privada do Brasil. Seu repertório inclui sinfonias de Bach, Beethoven, Brahms, Tchaikovsky, entre outros, trazendo também algumas melodias mais populares. O grupo já se apresentou nas mais importantes salas de concerto do Brasil e do exterior. Foi a primeira orquestra brasileira a se apresentar no Carnegie Hall, em Nova Iorque, no ano de 2007, feito repetido no ano seguinte.
A Fundação Bachiana é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 2006 e idealizada pelo maestro João Carlos Martins. A finalidade do projeto é apoiar, incentivar, assistir e promover o desenvolvimento de atividades de excelência e referência na formação musical e cultural, especialmente nas artes clássicas e educação musical. A Orquestra segue realizando apresentações pelo Brasil, levando a música erudita para todas as classes sociais.
O Maestro, uma lição de vida
João Carlos Martins tem lugar único no cenário musical nacional, considerado pela imprensa internacional um dos maiores intérpretes de Bach do século XX. Hoje com 77 anos, iniciou sua carreira como pianista aos 13 e aos 18 anos estreou no exterior.
Em 1965 sofreu um acidente onde seu braço direito foi perfurado na altura do cotovelo, atingindo o nervo ulnar, o que desencadeou a atrofia de três dedos. Por conta disso, ficou por um ano sem tocar. A recuperação foi longa e complicada, fazendo com que o maestro tocasse com dificuldade até os 30 anos.
Após longos períodos de fisioterapia, o maestro voltou aos palcos e, mesmo com a dificuldade, as críticas eras as melhores possíveis. No entanto, novamente foi impossibilitado de tocar o piano devido à distúrbios osteomusculares relacionados aos trabalhos (Dort). Mesmo com mais uma adversidade, não desistiu de sua carreira, fez diversas adaptações e voltou a tocar em 1979.
Em 1995, um novo incidente. Durante um assalto, o maestro foi golpeado na cabeça com uma barra de ferro e a pancada comprometeu seriamente o seu braço direito. Depois de alguns processos cirúrgicos, foi necessário cortar a ligação entre o cérebro e o membro, comprometendo seus movimentos para sempre.
Aos 63 anos, ouviu do seu médico que nunca mais tocaria piano. Nesse momento, morre um pianista e nasce um maestro. Em 2004 iniciou seus estudos de regência. Se apresentou em Nova Iorque, Londres, Paris e Bruxelas. Formou a orquestra Bachiana Filarmônica, trabalhou com jovens carentes dos bairros da periferia de São Paulo. É o único músico brasileiro a possuir sua vida registrada duas vezes, por cineastas europeus.