26 de junho de 2025
São Paulo avança no setor offshore e prepara leilão do Porto de São Sebastião

Durante a abertura do SP Offshore 2025, realizada nesta quarta-feira (25), em Santos, o Estado de São Paulo assinou dois acordos estratégicos para impulsionar o setor de energia: um memorando de entendimento com a Petrobras e um Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), que abre caminho para o leilão de uma nova base de apoio marítimo no Porto de São Sebastião.
O evento, sediado no Santos Convention Center, reforça a consolidação de São Paulo como protagonista na indústria offshore brasileira.
Nova base offshore no Litoral Norte
O EVTEA, conduzido pela empresa Edison Chouest, dará suporte à implantação da futura base offshore em São Sebastião. Segundo o coordenador do Comitê de Desenvolvimento do Offshore Paulista, Eduardo Varela, o estudo representa um divisor de águas para o litoral norte:
“Vamos desenvolver o porto como um polo de apoio marítimo offshore”, afirmou.
A licitação para o novo terminal pode ocorrer em até dois anos, segundo Ernesto Sampaio, presidente da Companhia Docas de São Sebastião. A expectativa, no entanto, é de antecipar esse prazo.
Para Décio Galvão, diretor-comercial da Omni Táxi Aéreo, a nova estrutura reduzirá atrasos logísticos e trará os campos de exploração para mais perto da infraestrutura terrestre.
Logística e infraestrutura em expansão
Com a conclusão da nova Rodovia dos Tamoios, a conectividade com o Porto de São Sebastião deixou de ser um gargalo. “Hoje é possível acessar o porto com eficiência”, destacou Matheus Penido, diretor-executivo da Serveng.
Parceria com a Petrobras
O memorando assinado entre Petrobras, Governo de São Paulo, InvestSP e o Brazilian Energy Council (Brenc) visa consolidar um ecossistema offshore no litoral paulista, com foco em petróleo, gás e energias renováveis.
“Esse documento legitima a forma como a Petrobras enxerga o potencial de São Paulo”, disse Eduardo Varela.
Dimitrios Magalhães, gerente de projetos da Petrobras, reforçou a abertura da estatal ao setor privado:
“Queremos que o mercado colabore com nosso plano de negócios, principalmente na logística, qualificação de mão de obra e financiamento”.
São Paulo no centro do pré-sal
Dados da Fiesp apontam São Paulo como o segundo maior produtor de petróleo do país, com 51% do parque fabril, 57% dos empregos e 51% do faturamento do setor. A Bacia de Santos, responsável por 75% da produção nacional, foi apontada como peça-chave para a expansão offshore.
A gerente-executiva do Cenpes, Lilian Barreto, lembrou que 17 das 23 plataformas do pré-sal estão ligadas ao estado. O diretor da Equinor, Paulo Van der Ven, destacou a importância de projetos como o campo Bacalhau, que já movimenta a cadeia de fornecedores paulista.
“São Paulo é uma potência industrial e estratégica para o setor”, completou Rafael Tristão, head de logística da Equinor.
Impacto regional
A vice-prefeita de Santos, Audrey Kleys, celebrou o avanço da pauta offshore na Baixada Santista:
“As nove cidades da região aguardam há anos a chegada desse movimento. Esse momento finalmente está chegando”.
Também participaram da abertura representantes da empresa PRIO, além de autoridades e executivos do setor energético nacional.
Foto| Divulgação: Carla Oliveira