Psicólogo alerta para o que há por tras do ‘Jogo da Baleia Azul’

Debate sobre a depressão entre jovens cresceu após aparecimento do jogo da Baleia Azul, que induz ao suicídio. Psicólogo afirma que a depressão pode ser detectada no início e que é preciso de ajuda especializada para tratar a doença

Muito se falou nas últimas semanas sobre o Jogo da Baleia Azul, que leva crianças e adolescentes entre 10 e 21 anos a cumprirem uma lista de 50 tarefas. Algumas dessas tarefas impõe ao participante do jogo a automutilação e a última delas, a mais macabra, obriga-o a cometer suicídio.

Mas, o que há por trás deste jogo? O que leva crianças e adolescentes a participarem deste ‘game das redes sociais’ cujo único intuito é a própria morte?
Com o intuito de informar e investigar melhor toda esta situação, cujo debate segue acalorado nas redes sociais, o Acontece consultou o psicólogo Alessandro Oliveira, que trouxe um olhar interessante sobre a situação.

Oliveira ressaltou que o jogo é a ponta do iceberg de um problema muito maior e silencioso: a depressão. “O jogo na verdade é uma forma que eles encontrar de fazerem parte de algo e se sentirem importantes. Mesmo sabendo que no final eles terão que exterminar suas próprias vidas”, comentou o psicólogo.

A depressão é considerada o mal do século pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo a entidade, a depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo. Em 10 anos, de 2005 a 2015, esse número cresceu 18,4%. A prevalência do transtorno na população mundial é de 4,4%.

“Ela (a depressão) é uma doença e tem tratamento. Mas é preciso que se quebre um tabu que hoje existe. A pior coisa que se pode dizer para alguém que sofre desse mal são coisas como ‘Vai passar’ ou ‘é só uma fase’. Depressão é coisa séria e muitas vezes levam o indivíduo ao extremo. Esse extremo, o suicido, é a última forma que o depressivo enxerga para parar de sentir a dor que o corrói. Mas repito, a depressão tem cura”, afirma.

O psicólogo também afirma que é possível detectar no dia a dia possíveis sintomas da depressão e faz um alerta: “Sempre que tiver dúvida ou notar qualquer mudança significativa no comportamento do jovem sem nenhum motivo aparente, procure um psicólogo ou terapia. Quanto mais cedo for detectado, melhor para o paciente”.

Oliveira ainda reforça que é preciso estabelecer um bom diálogo com os jovens sobre o assunto. “O dialógo é de vital importância. Estabelecer essa relação de confiança entre pai e filho para que, caso aconteça, o tratamento seja mais fácil. As famílias precisam sair um pouco das redes sociais e voltar ao mundo real. Esse contato, olho no olho, o abraço, o cheiro é uma ligação fortíssima que precisa ser alimentada dia a dia” comenta.

Contra a baleia azul, o Jogo da Baleia Rosa

Criado por publicitários brasileiros, o Jogo da Baleia Rosa veio para levar aos jovens a valorizar muito mais a vida. Com tarefas como desejar um bom dia a um estranho, elogiar-se na frente do espelho, entre outras, a Baleia Rosa tem o intuito de fazer o jovem melhorar a forma como ele se vê e, principalmente, a forma como ele se relaciona com o mundo.

“Para mim, toda e qualquer iniciativa que seja para valorizar a vida, as relações entre seres humanos de uma forma benéfica é muito válida. Vejo esse jogo com bons olhos e espero que ele se espalhe por aí com força” finaliza Oliveira.

Se você quer conhecer os desafios e brincar do Jogo da Baleia Rosa, é só acessar a página oficial do jogo no facebook.