Sorrisos, lágrimas e muitos agradecimentos marcaram o Dia de Iemanjá, nesta quarta-feira (2), em Santos. Os fiéis começaram as celebrações participando da carreata, que substituiu, pelo segundo ano consecutivo, a tradicional procissão devido à pandemia.
O cortejo saiu às 14h da Rua Otávio Correia, 64, no Estuário, seguindo por diversas ruas da Cidade até o local da primeira parada, em frente à estátua da Rainha do Mar, na Praça Luiz La Scala, na Ponta da Praia. No local, foram depositadas coroas de flores e uma pomba, representando a paz, foi solta. Também foi momento para agradecimentos e orações.
“A procissão tem 22 anos e é um marco em toda a Baixada. É o segundo ano que fazemos o evento em carreata por conta da pandemia, então é mais resumido. Mas a intenção é essa para que haja a preservação da saúde e, com fé em Iemanjá, ano que vem retomamos com toda a força, garra e fé”, diz Pai Marcelo de Ologunédé.
O evento, promovido pela Prefeitura, em conjunto com o Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra e com a Coordenação da Casa de Culto Afro-Brasileira Ilê Asé Sobo Oba Àryra, foi considerado, mais uma vez, muito positivo.
“Mesmo sendo em um formato diferenciado desde o ano passado, ele veio nos dar esse sinal de que é possível celebrar de outras formas. A Cidade, nesse momento, tem que acolher cada vez mais religiões e manifestações que demonstrem sinais positivos, uma vez que nos últimos 24 meses a gente vem de uma questão que mexeu muito nos aspectos físicos e psicológicos no planeta. A gente precisa de união para superar esse momento”, destaca o secretário de Desenvolvimento Social, Carlos Motta.
EMOÇÃO
Mesmo quem não é devota da Orixá se encantou com as homenagens. A vendedora Sonia Andreosa, 55 anos, conta que estava passando pelo local e resolveu parar e acompanhar a cerimônia. Então, aproveitou para agradecer à Rainha do Mar e não conteve as lágrimas. “Me arrepiei. Ia pegar o ônibus do outro lado, mas parece que algo me puxou para cá. Fiz uma cirurgia em 2020, estava com câncer e pedi ajuda a todos os santos e a Iemanjá também. Agora só agradeci, porque está tudo bem”.
Nas mãos, um ramo de flores e, no olhar, um pedido. Cleusa Ribeiro Diniz, 62 anos, está desempregada e orou para Iemanjá abrir os caminhos. “Vim agradecer também porque a gente está com saúde”.
A autônoma Gabriela Detelli, 30 anos, também trouxe flores para a mãe de todos os orixás. Há doze anos ela decidiu seguir os passos da família e se dedicar ao Candomblé. “Hoje a gente só tem a agradecer e pedir saúde. Também muita paz, que é o que ela traz para todos. E que nos livre das coisas ruins”.
Praticamente às 16 horas, Iemanjá foi conduzida ao barco que levou a imagem para cumprir a última etapa do evento: a procissão pelo mar.