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Jornal Acontece

01 de junho de 2022

Violência doméstica na vida de morador de Cubatão pode ser contada em filme

 | Jornal Acontece

No momento em que você lê essa matéria uma mulher pode estar prestes a ser vítima de violência no país. De acordo com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada duas horas, uma mulher morre no Brasil vítima da brutalidade masculina.

 

Isso já acontece há muito anos, antes mesmo de chamar a violência contra mulher de feminicídio, como é o caso da senhora Maria Valdete Marques, na década de 70. Caso esse presenciado pelo músico e comerciante de Cubatão Valmir Marques que pretende lançar um filme sobre o tema em prol do combate a não agressão feminina com base na sua própria experiência de vida.

 

Val Max, como é conhecido, ao longo da infância, juntamente com seus 10 irmãos, presenciava as agressões físicas e verbais do pai contra sua mãe constantemente. “Ele era um homem estúpido, agressivo e batia nos meus irmãos mais velhos também. Não tínhamos paz e nem tranquilidade familiar”, explica.

 

Tragédia que abalou sua família e a cidade de Porto da Folha/SE

A violência mais grave aconteceu no dia 09 de fevereiro de 1977, quando pai de Max chegou a noite em casa atordoado. Val, seu irmão mais velho e uma irmã estavam acordados e presenciaram, a mãe, Dona Valdete, que estava dormindo com irmão caçula ainda bebê, ser acordada pelo marido e espancada. “Minha mãe tentou se defender das agressões, mas foi jogada no chão contra o guarda roupa. Neste momento meu pais gritou que iria lhe matar, abriu a porta do armário, pegou a arma e atirou nela que morreu ali do meu lado. Não sei como estou vivo, pois a bala poderia ter me atingido também”, conta Valmir, que tinha apenas 4 anos e dois meses e afirma que ainda tem a imagem completa na mente e não esquece o que aconteceu.

 

O caso repercutiu na cidade de Porto da Folha e região onde as pessoas ficaram abaladas com a tragédia da família Marques. O marido de Valdete fugiu da cena do crime mas, segundo a polícia local, ele se entregou no dia seguinte, foi preso, acusado e cumpriu pena. Após sair da prisão, o pai do músico construiu uma nova família e não manteve contato com os filhos.

 

A criação dos 11 irmãos sem os pais

Dona Maria Valdete Marques tinha 32 anos quando perdeu a vida e as últimas palavras foram para que a filha mais velha cuidasse dos irmãos. Pois eram 11 crianças que estariam órfãs a partir daquele dia. Val e seus irmãos foram criados pelos avós maternos com muito carinho e união. “Sou grato pela criação dos meus avós, que se tornaram nossos pais. Nos ensinou a sempre estarmos unidos, amando e ajudando uns aos outros. Hoje somos adultos, com nossas famílias e todos no caminho do bem. Diante do trauma passado, a história de cada um de nós poderia não ter final feliz”, explica.

 

Os 11 filhos de Dona Maria Valdete Marques

 

A história de Val Max – Vida Ceifada música e filme

Conviver com essa lembrança foi complicado para Max que só pensada em tirar a vida do pai em defesa da mãe. “Era meu único pensamento. Eu via meus irmãos, depois do acontecido, ter nervoso emocional e isso me deixava revoltado”, desabafa o comerciante, que veio para Cubatão há mais de 30 anos construir uma nova vida e mudar seus pensamentos. Deu certo! “Fui muito bem acolhido na cidade, construí a minha família, tenho uma esposa maravilhosa e quatro filhos lindos”, fala Val que com dedicação tem comércio na cidade e também pode desenvolver sua carreira de cantor e compositor, sua paixão desde sempre.

 

Val Max empresário e músico

 

Vida Ceifada é uma das várias músicas compostas pelo artista, porém ela é especial. A letra narra detalhes da vida interrompida de Maria Valdete e a mudança de rumo que a família teve. “Quando fiz essa música não pensei em gravá-la, mas hoje entendo que ajudará mulheres e seus familiares a não se calar e pedir ajuda contra violência doméstica”, argumenta o compositor.  Além disso, o caso familiar do músico já gerou interesse de emissoras de televisão e produtoras para realização de um filme. Foi quando Val Max entendeu que o seu papel como cidadão é justamente não deixar mais mulheres se calarem com própria vida e, por isso deve contar seu exemplo familiar por meio da arte. Tanto com a música, quanto em filme. “A arte também é uma prestação de serviço e prol da sociedade, uma vez que o conteúdo pode inspirar pessoas a transformarem sua vida para melhor. Por isso busco patrocínio para, junto comigo, promover essa mudança social e cultural em prol da mulher com o filme da minha história”, explica e finaliza Val Max.

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